VW CAROCHA: UM OBJECTO DE CULTO
Foi o tema escolhido por Paulo Cavaleiro no trabalho para o módulo de Media, Públicos e Audiências. O VW começou como uma encomenda do ditador Hitler em 1934 ao engenheiro austríaco Ferdinand Porsche para produzir um pequeno automóvel para o povo, que fosse conduzido nas novas auto-estradas. Porsche tornar-se-ia um nome mítico de design de automóveis desportivos e de competição.
A produção à mão começou em 1938 e a produção em série já em 1941. Depois, ainda durante a II Guerra Mundial, a fábrica seria bombardeada três vezes. Nos anos seguintes ao fim do conflito, a VW voltou a produzir o beetle. Em 1949, a exposição industrial alemã apresentou o Carocha em Nova Iorque, o que representaria um lento mas importante mercado de venda fora do país de origem.
Nascia um mito - o do controlo de qualidade obsessivo da marca do Carocha. A publicidade era provocadora: "é verdade, ele é feio, mas leve-o". A inserção de uma imagem grande em texto pequeno seria a identidade normal com que a marca se promovia. Do número crescente de vendas ao mito e ao culto - eis os patamares de reconhecimento do VW Carocha.
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Paulo Cavaleiro fez um inquérito a 108 pessoas, todas residentes em Lisboa e com carta de condução (67 do género feminino e 41 do masculino, com idades compreendidas entre os 22 e os 57 anos). Um tema que atravessou o inquérito foi a comparação entre o velho Carocha - "presente na memória das pessoas, a sua importância e simbolismo" (p. 10 do trabalho) - e o New Beetle. Os entrevistados foram convidados a escolher, de entre uma lista de onze características, quais as que se identificavam mais com os dois modelos. Longevidade, resistência e economia eram as características mais aptas para o velho Carocha enquanto o modelo mais recente da VW recolhia mais simpatias em estética e desportividade. O novo modelo era entendido como mais simples ao passo que o modelo original tinha um selo de maior originalidade e autoridade.
Em termos de fãs, os adeptos do velho Carocha sentem-se mais intensivos e incondicionais que os do novo modelo. Ou seja, há uma relação emocional maior com o velho Beetle. A que se acrescentariam a história, a popularidade e a afinidade.
Escreve Paulo Cavaleiro: "Um pouco por todo o mundo, há clubes de entusiastas, pessoas que produzem uma série de actividades. Desde os que promovem a mera discussão e troca de ideias, através de fóruns ou blogues, passando pelos que partilham curiosidades ou material colectável (desde ficheiros de som com o barulho às mais banais imagens ou vídeos), aos que se dedicam à organização de passeios, eventos e encontros, onde desconhecidos se encontram e convivem a pretexto de uma paixão ou interesse comum, e acabando nos altamente especializados, que se dedicam ou a reconstruir ou recuperar modelos".
1 comentário:
Boa Tarde,
Estou a desenvolver um trabalho sobre o carocha e precisava muito de trocar umas impressões como Senhor Dr., poderia facultar-me um e-mail de contacto?
Muito obrigada
Cumprimentos
Aida Santos
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