LEITURAS DE HOJE
1) Blogues como instrumento de marketing directo
É o que escreve Dulce Furtado, no caderno de economia do Público. Retiro do texto o primeiro parágrafo: "Toda uma nova indústria de consultoria de marketing está a emergir por causa da proliferação dos web logs, com o propósito de guiar as empresas neste admirável - e espantoso - mundo novo, onde qualquer pessoa, com um computador e uma ligação à Internet, pode fazer-se ouvir perante enormes audiências".
Bastante mais à frente na peça, a jornalista fala da criação de dois blogues da Vespa, uma marca de motoretas, geridos por uma empresa de relações públicas e supervisionados por Steve Rubel, autor de um blogue que tem persuadido os clientes daquela empresa de relações públicas a aderirem à blogosfera. E mesmo o presidente da Associação Portuguesa de Marketing e director da revista Marketeer, Carlos Manuel de Oliveira, entende que os blogues podem ser "um elemento de comunicação que pode ser muito eficiente como forma de marketing directo".
Eu já tinha dado atenção a este fenómeno do marketing entrar nos blogues, prova do interesse da ferramenta. Não foi por acaso que a Google comprou a Blogger. Os meus colegas dos blogues dedicados ao jornalismo devem meditar neste tema. Há ainda os puristas, que vêem os blogues, como mais e melhor espaço público, e os que espreitam para fazer negócio. Há uma terceira corrente, a dos que escrevem coisas do seu agrado e se reúnem de quando em vez para almoçarem ou jantarem. Apesar de gostar mais da primeira corrente e não desdenhar da segunda, a terceira é muita gregária e dá a conhecer as pessoas que estão por detrás dos posts.
2) Editados quase 17 mil livros em Portugal o ano passado
É uma das notícias do Diário Digital: em média, são publicados dois livros por hora, o que perfaz 46 obras diárias, ou 16850 em todo o ano de 2004. Isto é: a edição subiu quase 50%, o maior aumento dos últimos anos, segundo a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros.
Os dados dos outros anos são: 11490 (2000), 11150 (2001), 11330 (2002) e 11440 (2003). A divulgação, feita por Isabel Carvalho, da APEL, entidade co-organizadora da feira do livro de Lisboa, regista-se poucos dias antes da abertura desta. Curiosamente, uma pesquisa que fiz na página da APEL deu-me a conhecer um estudo de Hábitos de Leitura 2004, onde se constata que 16% tinham declarado comprar livros em 2003 e 15% em 2004 e que "A maioria dos leitores declara ler livros não escolares nem técnicos mas os livros escolares, lidos por um quarto dos leitores, assumem muito maior importância no grupo etário 15-19 anos (85%) enquanto os livros técnicos são mais lidos por individuos dos 30 aos 44 anos". Isto é, o inquérito ao público revela uma descida de compra de livros, apesar desta incidir maioriamente em edições escolares.
Não me é possível fazer muitas extrapolações dos dados, além de frisar o facto de as declarações da responsável da APEL serem dadas dois dias antes da abertura da feira do livro e do jornalista considerar importante o valor-notícia do aumento das tiragens em livros. Mas nada nos diz de que tipos de livros estamos a falar: literatura light?, bandas desenhadas?, ciências sociais?
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