NOTÍCIAS DE JORNAIS
1) O adeus às cassetes (Diário de Notícias, 27 de Junho)
O texto de Nuno Galopim lembra o fim próximo da cassete áudio, criada em 1963 pela Philips. A cassete ganhou a adesão dos consumidores, em títulos pré-gravados e em fitas virgem, prontas a gravar. Elas chegaram a comportar 120 minutos de gravação e haviam substituido as velhas fitas magnética em rolo. Agora é a sua vez de desaparecerem devido aos CDs e às formas digitais de gravação. O pico de vendas, escreve Galopim, deu-se em finais dos anos 1980.
2) O consumidor como actor de publicidade (Le Monde, 25 de Junho)
A publicidade nos media procura distinguir-se da paisagem dos anúncios diários, para evitar o alheamento às suas mensagens, escreve Laurence Girard, enviado do jornal ao festival de filme publicitário em Cannes. Primeiro, uma campanha de televisão tem sequência em outros suportes, como a rádio, a internet e os cartazes de rua, mas também se pode fazer acompanhar por um videojogo ou por um DVD. Um construtor de automóveis, Volvo, escolheu fazer pequenos programas que representam cenas da vida quotidiana, filmadas no interior do veículo, e difundidas na internet.
Agora, tenta-se o marketing viral, com a publicidade a obter um maior impacto. Mas também se procura a publicidade lúdica, como a do anúncio do jornal britânico The Economist, criado pela agência BBDO em Londres. Um cartaz de rua representa uma lâmpada: de cada vez que um transeunte passe pelo cartaz, a lâmpada acende.
3) Ainda há literatura de cordel (The New York Times, suplemento que acompanhou a edição do Le Monde, de 25 de Junho)
No Brasil, continuam os poetas a ler os seus poemas de cidade em cidade, de mercado em mercado. Vêm de tempos muito antigos, e os textos nascem de velhas lendas, como a rapariga que bateu na mãe e se tornou num cão ou a rapariga que casou 14 vezes e continua virgem. Ou acontecimentos mais recentes, como a morte de uma criança devorada por um leão, quando ela se aproximou do circo, escreve Larry Rohter. Há sempre um lado cómico mas um outro moral. Poetas de cordel e cantadores percorrem o nordeste brasileiro, cantando mas também vendendo os seus pequenos livros até 32 páginas com poemas que podem ter apenas seis linhas.
Com a rádio, a televisão e, agora, a internet, o foco de interesse da literatura de cordel mudou, para atrair as audiências. Os intelectuais de São Paulo e Rio de Janeiro são coleccionadores ou admiradores dos panfletos de cordel, e a estética desta literatura pode ver-se na cultura popular, incluindo a música pop. Os governos federais e de Estado usam o cordel para promover a segurança, o conhecimento político e as medidas de saúde.
4) Os trabalhos do provedor de leitor do El Pais (19 e 26 de Junho)
Sebastián Serrano escreveu este domingo sobre como se dá o cálculo das manifestações. A organização de uma manif fala sempre em números elevados, a polícia e os representantes do governo em números mais baixos. Como calcular. Explica o provedor: o jornal utiliza mapas dos locais por onde circula a manif e aplica técnicas digitais para obter uma superfície com um dado número de metros quadrados. A partir daí estima o número máximo de assistentes por metro quadrado [a imagem da página refere-se à recente manifestação convocada pelo Forum da Família em 16 de Junho].
No domingo anterior, Serrano dedicara-se a analisar as fontes confidenciais. Por regra, o jornalista deve indicar as fontes de onde obteve a informação. Mas em casos extremos, como no terrorismo, essa regra precisa de ser ponderada, por razões de segurança de quem a dá. Mas, ouviu o provedor de um jornalista experiente, nesses casos deve haver outras fontes identificadas que reforcem a informação.
5) O jornal Blitz em mudanças (Diário de Notícias, 27 de Junho)
Nasceu em 1984, quando um grupo de jornalistas resolveu fazer uma publicação sobre música, moda, publicidade e cinema. Ao fim de um ano, o Blitz já dava lucro, o que surpreendeu quem o dirigia na altura, escreve agora Sónia Correia dos Santos.
Em 1992, o jornal foi comprado pela actual Impresa (SIC, Expresso, Visão). Depois de um período de crescimento, as vendas baixaram. O aparecimento da internet não terá sido alheio a essa queda, ocorrida em 1999. Já antes, em 1995, o jornal atribuía prémios de música.
Agora, entra em nova fase. Espero que o Blitz volte a ter êxito. Assinado: um leitor regular dos primeiros anos do jornal.
3 comentários:
A qualidade e quantidade de informação sobre 'comunicação', que aqui coloca, é surpreendente e suficiente para nos manter actualizados e em permanente demanda deste seu blog;
A demanda de uma lâmpada, como a do anúncio do The Economist num cartaz de rua, que acende de cada vez que um transeunte passa por ele.
Professor, um sugestão, que eventualmente chocará com aquela que é a sua vontade/entendimento: ao colocar vários assuntos, de temática diferente, com a mesma ligação (o permalink), como é o caso, isso dificulta a sua propagação pela net - porque o permalink pode abranger coisas muito diferentes. Um tema, uma ligação?
Um abraço
Obrigado pela sugestão, João Paulo Meneses. Nos próximos textos, seguirei o seu conselho.
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