Os dias passam velozes e não há tempo para digerir a informação toda. De algum material que me chegou ou comprei, faço agora uma síntese.
Publicações da Câmara Municipal de Oeiras
O Gabinete de Comunicação e Departamento de Assuntos Sociais e Culturais tem (têm) tido a gentileza de me enviar informação cultural sobre o que se passa naquele concelho (para os leitores brasileiros: Oeiras é uma cidade junto a Lisboa, localizada na foz do rio Tejo e que acompanha uma parcela do oceano Atlântico, onde há uma elevada concentração de quadros superiores e muitas empresas de tecnologias de ponta, designadamente as de informação, o que propicia uma intensa actividade cultural).
No número do 30 Dias em Oeiras, destaques para a entrevista com Madredeus e para o programa das Festas de Oeiras, de 3 a 19 de Junho, bem como a estreia absoluta em Portugal de Todas temos a mesma história, de Dario Fo, Nobel da Literatura 1997, o regresso do cinema, às terças-feiras, ao Auditório Eunice Muñoz (antigo Cine-Oeiras) e a continuação do Projecto Terminal, no Hangar K7 da Fundição de Oeiras, integrando os colóquios sobre O Estado das Artes em Portugal, com Alexandre Melo, Delfim Sardo, António Pinto Ribeiro, entre outros.
Os blogues para Manuel Pinto
"A blogosfera é extremamente diversa. Pelo facto de alguns dos blogues mais conhecidos serem de jornalistas, criámos uma grande analogia com o jornalismo, o que não é certo. O blogue tem múltiplas funções; a do diário pessoal tem algum peso, há alguma «lógica de café» também, mas depois há ensaios de acompanhamento crítico da vida social, de que o jornalismo é só uma vertente. [...] podemos dizer que há um alargamento desse mesmo espaço [público] e, como virtualidade, uma chance nova de acompanhamento de questões públicas. [...] É um espaço de auto-edição que alarga a expressão individual e colectiva" (entrevista saída no umjornal deste mês, publicação mensal da Universidade do Minho).
Na mesma página e sobre o mesmo tema, Luís António Santos escreve: "A blogosfera preenche espaços deixados em aberto nas estruturas política, social, mediática e/ou comercial, e constitui-se como local de ruptura, acolhedor para ideias marginais". O jornal ummedia é dirigido por Joaquim Fidalgo, tendo Luís António Santos como editor executivo.
Carmen Dolores no JL - ou a minha tardia declaração de amor
Em 7 de Maio do ano passado, eu afixara um post contendo um pequeno excerto do livro de Carmen Dolores, Retrato inacabado. Memórias (1984, Lisboa: O Jornal, pp. 59-60). Agora retomo o assunto.
Não posso fazer uma declaração de amor formal a Carmen Dolores, até porque ela casou em 1947, no ano a seguir aos meus pais se terem casado. Mas sempre a admirei muito, em especial quando a via na televisão, muitos anos atrás. Em termos de teatro ao vivo, segui-a menos do que gostaria. Agora, ao ler, a página do último Jornal das Letras, Artes e Ideias - JL, reparo melhor como é uma mulher inteligente e generosa, em termos do que fez na cultura deste país.
Como gosto de fazer pequenos cortes no que leio, aqui fica uma citação do texto: "Por vezes, ouvíamos também aqueles belos discos de ópera, na velha grafonola, depois substituída pela imponente telefonia. Começou aí a minha paixão pela Rádio. Onde me estreei aos 14 anos a dizer poemas e a interpretar teatro radiofónico, justamente num programa organizado pelo meu irmão, o António Sarmento, na antiga Rádio Sonora". Mais tarde, em 1943, ela ligava-se ao cinema, no filme Amor de perdição, de António Lopes Ribeiro, que a levou também para o teatro. Há 60 anos atrás, estreava-se no Teatro da Trindade, nos Comediantes de Lisboa, na peça de Jean Giradoux, A mensageira dos deuses.
Li, há algumas semanas, que Carmen Dolores estava a escrever uma (nova) autobiografia. Espero que o texto agora publicado no JL seja prenúncio disso mesmo. Longa vida para ela!
A misteriosa chama da rainha Loana, de Umberto Eco
Sobre o livro, escrevi neste blogue nos dias 19, 22 e 25 de Abril último. Hoje, o caderno "Mil folhas" do Público dá destaque adequado à obra de Eco. O título é "Memória em eco", uma boa sugestão ao próprio texto do autor italiano. A prosa é assinada por João Lobo Antunes. Nas duas páginas há reprodução de imagens de bandas desenhadas e de livros da época narrada (ou melhor: recordada) no livro, durante as décadas de 1930 e 1940.
Também a ler no mesmo caderno o texto de Maria Filomena Mónica sobre o historiador Eric Hobsbawm.
Sem comentários:
Enviar um comentário