segunda-feira, 4 de julho de 2005

UMA MEMÓRIA DA TELEVISÃO

rtp.jpgA edição é da Verbo, do ano de 1971. Vamos falar de televisão tem dois autores, Manuel José Lopes da Silva (muito mais tarde, meu professor no mestrado da Universidade Nova) e Vasco Hogan Teves (autor de uma História da televisão em Portugal, de que saíu apenas o primeiro de dois volumes). Refira-se que, à data da publicação do texto, ambos eram funcionários da televisão pública, um na área técnica e outro na da programação.

Tratava-se de uma colecção chamado Livros RTP, numa altura em que o regime político procurava mudar por dentro, o marcelismo. A colecção, em formato de bolso, deu a conhecer alguns clássicos da literatura e também livros mais técnicos, como o caso deste. Assim, Lopes da Silva teve a seu cargo a história técnica da televisão e Vasco Hogan Teves a história da televisão em Portugal.

rtp1.jpgRetiro uma imagem (p. 41) e uma parcela de texto escrita pelo professor Lopes da Silva: "Modernamente, já todos os grandes imóveis para habitação que se vão construindo dispõem da indispensável antena colectiva, a qual, além de primeiramente ordenada à TV, pode ainda servir para as ondas médias, curtas e modulação de frequência. [...] Depois de se haver erigido a antena, torna-se necessário ligá-la ao receptor. Existem duas soluções básicas para este problema: ou utilizar linha bifilar ou recorrer ao emprego de um cabo coaxial. [...] Do ponto de vista estético, o cabo pode ajeitar-se muito melhor aos aspectos arquitectónicos do que a linha, tanto interior como exteriormente" (pp. 40-41).

Em pouco mais de 40 anos, como mudaram as exigências e as necessidades. Hoje, cada vez mais, o cabo transporta o sinal de televisão para os lares, as ondas médias e curtas quase desapareceram do nosso convívio diário. Mas voltaram as antenas (nem que sejam minúsculas) no telemóvel (e em cima de prédios ou pontos altos da cidade para contacto com os mesmos telemóveis). E o celular "ameaça" tornar-se o aparelho polarizador de entretenimento, conversa (e rádio) e visualização (internet e televisão). A estética segue a tecnologia.

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