sábado, 27 de agosto de 2005

ENTRADAS PARA UM DICIONÁRIO (I)

Tenho um conjunto de pequenos apontamentos, não muito trabalhados, mas que resultam de alguma reflexão. Vou deixando no blogue alguns desses apontamentos, que poderiam constituir entradas para um dicionário de indústrias culturais.

Juvenilização

Ela ocorreu na época das rádios piratas. Eram sobretudo estudantes (universitários, anos finais do secundário), sem estruturas mas com muito voluntarismo e desejo de fazer coisas. Após completarem estudos, esses jovens abandonavam as rádios, o que deu origem a um fenómeno de grande rotação de quadros e animadores. Entretanto, as estruturas profissionalizaram-se, e os pioneiros eram substituídos por quadros com objectivos comerciais e de marketing mais fortes que a simples aventura de emissão. Por isso, as estruturas comerciais ganharam peso face às de programação, uma vez resolvidos os problemas técnicos e jurídicos. Há também que fazer referência a questões estéticas, deixadas para outro apontamento.

A juvenilização é também preponderante na internet, primeiro nas páginas web, agora nos blogues (em especial os foto e videoblogues). Uma vez que as questões técnicas são muito pouco importantes, os jovens concentram as suas capacidades no experimentalismo, que vão para a estética. Outro elemento é o diálogo. Outro ainda é o estímulo, a emulação. O uso de linguagens específicas (informáticas) é reduzido, embora a distinção se faça a partir desse domínio, com os webdesigners, que procuram distinção como as revistas fazem cada vez mais para se diferenciarem umas das outras.

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