sábado, 27 de agosto de 2005

PEQUENA NOTA SOBRE PÚBLICOS, A PARTIR DE ESQUINAZI

No livro Sociologie des publics (2003), já aqui abordado, Jean-Pierre Esquinazi refere um inquérito (Les jeunes et les sorties culturelles), que caracterizaria jovens dos 12 aos 25 anos, tendo encontrado seis maneiras de abordar a oferta cultural. O referente central é a música clássica - dos que gostam e não gostam dela -, critério que não me parece o melhor.

O ecletismo e a rebeldia encontram-se sobretudo entre os jovens vindos de meios favorecidos e urbanos. Os primeiros (mais as mulheres) são apreciadores de todas as actividades culturais enquanto os segundos rejeitam a cultura "clássica" para se consagrarem nos concertos de rock e nas actividades contestatárias. O conformismo, um dos mais representados nas diferentes atitudes, centra-se no conjunto cinema, música de rock e discoteca; a rejeição da cultura clássica é aqui uma marca de desinteresse. O distanciamento é uma atitude que partilham muitos filhos das classes populares: são praticantes culturais fracos (excepto desporto e televisão) e não querem desenvolver as suas práticas. Os jovens em que a frustração é o traço dominante provêm também das classes populares; mais rurais e femininos que os anteriores têm um desejo de maior actividade. Finalmente, o enraizamento representa a particularidade preponderante de uma larga camada média (30% dos jovens inquiridos) fortemente ligada ao património e interessada no espectáculo desportivo.

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