quinta-feira, 8 de setembro de 2005

TELEVISÃO, TECNOLOGIA E MERCADO

Retiro um pedaço do texto publicado por José Luís Garcia, no Público de 5 de Setembro último, O fogo é a mensagem. Notas para o debate sobre mediatização dos incêndios. Espero não descontextualizar, embora o meu objectivo seja claro - apoiar teoricamente a minha mensagem de ontem Tecnologias e memória:

"As televisões estão, portanto, entre os dois ídolos do nosso tempo: a tecnologia e o mercado. Quem ousa questionar o desenvolvimento da tecnologia? Quem tem dúvidas se tal ou tal tecnologias têm consequências nocivas para a comunicação? Se têm consequências nocivas para o ambiente ou para a nossa noção de dignidade humana? A nossa vida é alterada pela tecnologia, o jornalismo é alterado pela tecnologia, e a nós só nos cabe celebrá-la, adaptarmo-nos a ela. A tecnologia aparece como se fosse neutral, dizem-nos que depende de ser bem ou mal usada. Ora, esta é uma noção errada. Até porque a tecnologia e o mercado são interdependentes. Avançam só as tecnologias valorizadas pelo potencial do mercado, com base em expectativas com fundamento ou sem fundamento; ao mesmo tempo, o mercado necessita de novas tecnologias para implementar o consumo. O mercado, hoje, é global e encontra-se desregulado, segundo a doutrina de que a economia de mercado se basta a si própria. Tecnologia e mercado não estão ao serviço das necessidades humanas, as nossas necessidades são ditadas ou muito condicionadas pela tecnologia e pelo mercado".

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