CARLOS CAPUCHO DEFENDEU TESE DE DOUTORAMENTO EM CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA UCP
Com o título Magia, luzes e sombras - uma perspectiva educacional sobre vinte cinco anos de filmes no circuito comercial em Portugal (1974-1999), Carlos Capucho obteve a nota máxima na defesa da sua tese de doutoramento, hoje na Universidade Católica Portuguesa (Lisboa). Trata-se, e mais um motivo de satisfação, do primeiro doutor em Ciências da Comunicação da Faculdade de Ciências Humanas daquela universidade.
Dentro de uma perspectiva pedagógica, e conforme a sua apresentação ao júri, a investigação levou em conta "a defesa de um quadro de preparação técnica e científica que habilite os educadores e os formandos para a compreensão dos mecanismos da comunicação mediatizada no sentido de os dotar com capacidade crítica, essencial para o exercício de tarefas educativas no campo dos media". Noutras partes do mesmo texto, destaca a importância da "formação dos agentes educativos (docentes, formadores e animadores culturais)", dada a complexa mas importante "rede de códigos verbais, sonoros, icónicos, retóricos, estilísticos" do cinema. Lê-se ainda: "No caso específico do cinema, compreender um filme significa não só reconhecer e identificar os elementos visuais e sonoros mas também compreender o discurso fílmico que se concentra nos códigos cinematográficos".
A matéria de investigação de Carlos Capucho dividiu-se em dois corpus complementares. O primeiro apresenta dados globais sobre os 6728 filmes exibidos comercialmente nas salas portuguesas durante os 25 anos de análise. A fonte principal foi o BC - Boletim Cinematográfico, publicação do Secretariado do Cinema e do Audiovisual da Igreja Católica, e que o novo doutor integrou durante 19 anos enquanto crítico (1974/1993) [o encerramento do BC ocorreu em 1998, por questões financeiras]. As referências a 1999 foram feitas com recurso a fichas críticas do CINEDOC - Centro de Documentação Cinematográfica, que integrou elementos da anterior equipa do BC. Para a tese, o autor seleccionou 733 obras, seguindo critérios de "qualidade da linguagem cinematográfica, a importância relativa dos realizadores e a pertinência educacional dos conteúdos fílmicos". Já quanto à segunda parte do corpus empírico da tese, Carlos Capucho estudou seis filmes, cinco representando cada um dos continentes e o último Portugal (o filme Os mutantes, de Teresa Villaverde, 1997).
A arguência esteve a cargo dos professores Mário Jorge Torres e Vítor Reia-Baptista. O orientador da tese foi o professor Manuel Pinto.
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