sábado, 19 de novembro de 2005

AS INDÚSTRIAS CRIATIVAS NO PLANO TECNOLÓGICO DO GOVERNO

Parece que as coisas não estão a correr bem no designado Plano Tecnológico do governo, conforme as notícias dos últimos dias. Do Público de hoje retiro uma informação sobre as indústrias criativas, que eu não sabia estarem pensadas neste plano governamental.

Dado que tenho referido, por várias ocasiões, aqui no blogue, o conceito de indústrias criativas - nomeadamente a 4, 7 e 11 de Fevereiro deste ano -, retiro do jornal as seguintes informações: "Talento, criatividade e capacidade de comunicação são as palavras-chave desta área de intervenção [...]. Pretende-se reforçar a componente do conhecimento por oposição à tradicional base de indústria e serviços que sustenta a economia. [...] As indústrias criativas são apontadas como agregadoras e dinamizadoras de vários sectores económicos. Fazem a ligação entre os media, a informação, cultura e artes; unem vocação criadora com tecnologia; e atravessam várias áreas governamentais como a cultura, economia, ciência e educação" (texto assinado com as iniciais P.F.).

No texto de 4 de Fevereiro, seguindo um livro então editado (John Hartley, Creative industries, 2005: 5), escrevi que as indústrias criativas descrevem a convergência conceptual e prática das artes criativas (talento individual) com as indústrias culturais (escala de massa), no contexto das novas tecnologias dos media (TIC), dentro de uma nova economia do conhecimento, para uso dos cidadãos-consumidores interactivos. As indústrias criativas fazem parte das políticas nacionais e regionais ou urbanas, com políticos e decisores a promoverem "empregos e PIB". A discussão no Reino Unido, onde o tema se tem desenvolvido, aponta para a revitalização de cidades e regiões, umas porque sairam da indústria pesada e outras porque nunca desenvolveram uma base fabril forte (ver o Creative Industries Mapping Document 2001, do Department of Culture, Media and Sport).

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