DO QUE LI SOBRE A SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA EM FRANÇA
1) "Não perceberam que as instituições de socialização, as igrejas, as empresas e a escola deixaram de cumprir essas funções [economia e sociedade]. E, como alguém me fez notar, desmantelaram o serviço militar obrigatório que poderia ter desempenhado, em países de imigração, uma notável função integradora" (António Barreto, Público de hoje).
2) "as forças policiais dizem ter detectado, através de serviços de escutas das comunicações via telefone, internet e SMS, a intenção de alguns grupos dos subúrbios de quererem provocar incidentes durante o fim-de-semana" (Daniel Ribeiro, Expresso de ontem).
3) Li, mas perdi a referência onde o li, que, a partir do momento em que os canais de televisão deixaram de filmar os locais onde deflagrou maior violência, se reduziram esses actos de violência.
Notas: 1) os novos media (telemóvel, internet) são fundamentais na organização de eventos, em especial a concentração de manifestantes. Já se vira isso após os atentados de 11 de Março em Madrid, mesmo antes das eleições legislativas do país vizinho; 2) a presença dos media clássicos, em especial a televisão, serve como meio suplementar de mobilização e imitação (na estrutura de outros eventos); 3) a redução da importância das instituições clássicas (escola, serviço militar) e o aumento do peso dos media na modelação de atitudes em tempo real podem produzir uma equivalente redução de coesão social [ou tentativa para a construir] (processo de equiparação de grupos sociais distintos em espaços iguais como a escola e o serviço militar) e simultânea construção de guetos.
Observação: estas notas são escritas a quente e podem ser (amplamente) criticadas e reformuladas. Mas não quero deixar de reflectir na importância dos media clássicos e recentes para melhor compreender os fenómenos recentes de violência.
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