MAKI KAJI, O PAI DO SUDOKU
Retiro a imagem da capa do "Magazine" (revista dominical do El Mundo) de ontem, que nos conta a história deste japonês de 53 anos, que gosta de beber e gasta a sua fortuna em corridas de cavalos, casinos e viagens pelo mundo.
O seu escritório é em Tóquio e a sua empresa chama-se Nikoli, nome de um cavalo de puro sangue. A empresa, que tivera um começo modesto, ocupa agora cinco andares de um edifício alto. Diz o texto assinado por Arturo Escandón (e fotografias de Dave Coll) que, à medida que as empresas crescem em facturação, ocupam mais andares, podendo mesmo engulir edifícios inteiros. O andar da criação do Sudoku é o quinto - uma sala ampla sem divisórias e que lembra o ambiente do filme Matrix.
Kaji já passou por Las Vegas, a capital do jogo, onde atirou dez mil dólares pela janela fora, e pelo Uruguai, nos anos 1980, por causa das corridas de cavalos. Aqui, apostou num cavalo chamado Nikoli. O cavalo perdeu a corrida mas o japonês gostou do nome. Naquele tempo, apesar desta vida venturosa, era um assalariado que trabalhava numa editora. Em 1978, um amigo trouxe-lhe uma revista de palavras cruzadas (ou um jogo parecido), o que o encantou. Foi então que começou a editar uma revista de puzzles, a Nikoli. A tiragem inicial era de 500 exemplares.
Em 1984, numa viagem aos Estados Unidos, descobriu na revista de passatempos Dell um jogo, "Number place", o antecessor do Sudoku. Kaji não sabia ler inglês, e não precisava de o fazer para completar o puzzle. Fez umas pequenas alterações, caso da ordem simétrica, e, em 1986, começou a editar o jogo na sua revista de sempre, a Nikoli.
Dos conselhos que se dão a um jogador de sudoku incluem-se a atenção e a dedução. A melhor estratégia é não ter estratégia mas desenvolver técnicas pessoais. O prazer em resolver o enigma é outra das características do jogo. Maki Kaji diz que é um erro pensar o sudoku como um meio para desenvolver capacidades mentais ou praticar o jogo para fins educativos. Passatempo e ócio envolvem-se, ainda segundo o criador do jogo, com o ideal oriental taoista e o bem-estar e tranquilidade pessoal.
A febre mundial é deste ano de 2005. Assim, se em 2004, o blogue foi a palavra do ano, este ano será, no meu entendimento, o sudoku.
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