terça-feira, 6 de dezembro de 2005

CADERNO DE NEGÓCIOS DO DIÁRIO DE NOTÍCIAS

dn5122005.JPGTrata-se de um caderno que gosto de ler, caso da edição de ontem. Parece que este meu prazer de ler o suplemento à segunda-feira vai alterar, pois haverá uma transformação na sua feitura.

O caderno de ontem trouxe dois textos que li avidamente. Começando pela página da direita [a de cima, na péssima imagem ao lado, que eu fiz, tipo ready-made] , há uma entrevista ao número dois da Vodafone, António Coimbra, feita por Hugo Bordeira. Nela se compreende porque a Vodafone não lançou uma marca low cost nos celulares, a exemplo da TMN e da Optimus: "Temos mais clientes nas classes A e B, pelo que a receita média é superior. Não quer dizer que não queiramos estar neste segmento, mas admitimos ter menos fatia de mercado". Curiosamente, eu terei lido uma outra versão, mas como já foi há algum tempo admito ter-me esquecido da argumentação.

O mais interessante lê-se logo na titulação da entrevista: música, televisão em directo, jogos e toques são as grandes apostas da Vodafone. E também resumos de notícias dos telejornais, informação e outros serviços como as farmácias de serviço. Os 331 mil clientes de 3ª geração terão, a curto prazo, um alargado portfolio de canais, criando a Vodafone "assinaturas mensais em que as pessoas poderão ter acesso a um conjunto de canais".

Eu referi, recentemente, a partir de uma cogitação minha, que o futuro seria dos celulares (a par dos videojogos) como meio de comunicação por excelência; pareço estar a acertar. Mas a página da esquerda [em baixo, na minha imagem ready-made] leva-nos para a televisão. É que a Sonae está a comercializar o negócio, através da SmarTV, a sua oferta de televisão digital sobre ADSL. Até final do primeiro trimestre de 2006, a oferta será de 90 canais, mais serviço de voz, internet e home video. Os preços mensais irão de €14,90 a €22,90, valores tentadores atendendo ao que se vende, conforme a peça de Cátia Almeida nos esclarece. E quantos clientes a Sonae espera ter até ao final de 2006? O texto fala em 70 mil clientes do Clix - mas estes usam serviços gratuitos ou pagam-nos?

Celulares e televisão - as apostas das empresas de telecomunicações. E os jornais? Parece, como dizia acima, que o caderno de "Negócios" do Diário de Notícias vai ser substituido no começo de 2006. Julgo que por um caderno diário de economia, com 24 páginas. Por um lado, é um esforço grande e louvável; por outro lado, não será exagerado o número de páginas? Será que o Diário de Notícias vai "morder" o jornal da Recolectos? Entrar pelos leitores do Público não duvido que vai conseguir, com aquela revista de segunda-feira, que encareceu o preço do jornal e que ainda não ouvi ninguém dizer bem (e me vai levar a uma próxima decisão de não comprar o Público a esse dia da semana, como sinal de protesto). E, ainda sobre o Diário de Notícias, também parece haver uma alteração à sexta-feira, com o desaparecimento do DNA - "comunicado" pelo caderno fez sexta uma semana (e que eu aqui reportei) - e a entrada de uma revista lifestyle. O leitor fiel do Diário de Notícias (versão em papel) aguarda. Mas ele pede que não baixem a qualidade da informação económica (e de negócios) e não aumentem o preço de capa só porque resolvem pôr uma revista. Os leitores não se deixam enganar por muito tempo.

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