Já há dias que sabíamos que a imagem do Diário de Notícias ia mudar. Inicialmente, pensei que fosse mesmo no princípio do ano, mas afinal as alterações deram-se pelos Reis.
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Comecemos exactamente por esse dia (6 de Janeiro). No editorial de Pedro Rolo Duarte (DNa), mesmo que ele diga o contrário, há lágrimas: "São três da manhã do dia 30 de Dezembro. Cabe-me fechar o DNA com a mesma satisfação e amor com que tive o privilégio de o conceber e «abrir». Não quero lágrimas nem choros - porque sei muito bem que um suplemento de jornal não é mais do que isso mesmo: um suplemento, um complemento" [o email que aparece no fundo da página pertence ao gmail e não ao Diário de Notícias]. Umas páginas mais à frente, Sónia Morais Santos recorda o primeiro número do DNa. Primeiro, o a de DNa não significa nada; segundo, o bebé da capa chama-se António Maria e hoje anda no quinto ano do ensino básico, joga futebol e é fanático pelo Benfica (a imagem do jovem de dez anos surge na página 3 ; eu, muito sensível aos dentes por razões pessoais, vejo ali um dente a precisar de restauro) [a mágoa do fim de um ciclo detecta-se ainda no dia seguinte, sábado, com a revista Grande Reportagem; o colunista Luís Delgado também chama a atenção para a mudança de espaço - de diário a semanal].
No mesmo dia 6, na espécie de contracapa do DNa que era o DNMúsica, Nuno Galopim (com email do Diário de Notícias) escreve de modo diferente: "Hoje encerra-se mais um ciclo na vida do DN e do jornalismo musical em Portugal. Criado em Março de 2004, o DN:Música assegurou, durante quase dois anos, uma atenta e plural visão comentada da actividade musical [...]. Este é o último DN:Música. O que não implica uma ruptura na relação do Diário de Notícias com o acompanhamento jornalístico da actividade musical. Antes pelo contrário. Para a semana, há novidades... Boas novidades..." [colorido meu]. E João Lopes, na sua crítica cinematográfica de sábado, escrevia também que a sua coluna passava a ser editada noutro dia e espaço (com muito contida alegria).
Da ficha técnica do Diário de Notícias, comparando as edições de sábado e de hoje, detecta-se a existência de mais uma secção (Cidades), com João Pedro Fonseca como editor, e várias alterações na chefia de outras editorias. Um comentário crítico: afinal, o jornal aumentou de preço, apesar de, na semana passada, ter garantido não o fazer. A justificação é por causa do caderno de economia. Erro repetido do Público, com aquela revistinha chamada "D" (o leitor paga sempre mais).
Boa sorte ao Diário de Portugal, perdão Diário de Notícias.
PS: esqueci-me do mais importante. E o novo grafismo, qual a opinião que tem o blogueiro? Ele está ainda a folhear o jornal, mas está a gostar. Só não sei se amanhã teremos ilustração ou não na primeira página (se foi só uma edição, terá sido uma opção menos adequada; a fotografia tem mais peso). Além do que são muitas emoções seguidas. Até a Antena 2 alterou radicalmente a sua programação. Ontem, ouvi Amália Rodrigues a cantar Gershwin, além de música tradicional portuguesa e da Banda do Casaco; hoje, à hora de almoço, ouvi música japonesa. Tudo quando se comemoram 250 anos da morte de Mozart. Melhor do que esta mescla musical só com um iPod.
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