sábado, 11 de fevereiro de 2006

LOJAS E CENTROS COMERCIAIS (II): UM ESTUDO SOBRE O LIDL

Os alunos Cátia Simões, Mafalda Barros e Lorenzo Herrero realizaram um inquérito a 100 pessoas em dois fins-de-semana (Novembro de 2005) junto de supermercados LIDL (Lisboa), tendo em perspectiva conhecer os motivos e hábitos de consumo dos clientes da cadeia de supermercados, bem como o seu nível de satisfação. O inquérito foi dividido em três partes distintas: 1) análise demográfica dos inquiridos, 2) análise dos hábitos de consumo, e 3) nível de satisfação.

lidl1.jpgO grupo de investigadores optou por escolher um número igual de homens e mulheres, a maioria dos quais tinha uma idade compreendida entre 20 e 35 anos (51%), seguindo-se 29% entre os 36 e 50 anos e 20% acima dos 50 anos. 34% dos inquiridos viviam em Lisboa, 29% nos arredores da cidade (até Cascais e Loures), 26% na Lisboa norte e 11% na Lisboa sul. Em termos de rendimento médio do agregado familiar, pergunta nem sempre respondida, 24% informou ter uma verba compreendida entre 500 e 800 euros, 22% mais de 800 euros e 17% entre 350 e 500 euros. Este valor associa-se com a dimensão do agregado familiar (46% tem uma família de 3 a 4 pessoas, 44% vive sozinho e 10% tem um agregado superior a 4 pessoas).

Confrontados com a questão do valor dispendido nas compras, 26% gasta até 20 euros, 28% entre 20 e 30 euros, 27% entre 30 e 50 euros e 19% acima dos 50 euros.

Dos 100 inquiridos, 30% vai ao LIDL uma vez por semana, 42% uma vez por mês e 20% duas vezes por mês. Os LIDL preferidos dos clientes são Xabregas (26%) e Benfica (25%). Quanto ao de Xabregas, a proveniência geográfica é muito distinta, o que significa o fácil acesso (e estacionamento). Por outro lado, as pessoas que vivem na zona de Benfica preferem o supermercado da sua zona, havendo uma ligação da geografia ao ponto de consumo.

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37% dos respondentes já consome do LIDL há mais de um ano, o que significa fidelidade à marca. Segundo os clientes do LIDL, há outros supermercados nas zonas onde habitam, como Pingo Doce, DIA e Minipreço, o que quer dizer que há uma grande concorrência entre estes canais de distribuição. O LIDL surge como aquele que oferece produtos mais baratos (38% prefere-o pelas promoções e 23% pela diversidade de produtos existentes). Apesar do LIDL ser um supermercado de hard discount, os consumidores estão bastante satisfeitos com a qualidade dos produtos do supermercado [convém destacar que o inquérito foi feito apenas a clientes do LIDL, que lá vão por vontade própria, o que pode distorcer as respostas]. Assim, 50% consideram que a qualidade é boa. Das críticas, 32% dos clientes acham que a apresentação e a decoração deveriam melhorar, 15% preferia ver mais empregados e 11% entende que deveriam ser grátis os sacos para colocar as compras. Ainda 42% gostaria que o supermercado tivesse talho e mais lojas da marca espalhadas pela cidade.

Das conclusões, Cátia Simões, Mafalda Barros e Lorenzo Herrero retiram ainda o seguinte: o facto de o LIDL apresentar marcas brancas e uma decoração pouco cuidada permite a existência de preços baixos, vantajosos para os clientes. Estes vêm a cadeia alemã de lojas como forma de minorar as dificuldades económicas (18% dos inquiridos pelo grupo eram desempregados ou reformados).

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