FRIDA KAHLO EM LISBOA
Na sua coluna de hoje na Visão, João Mário Grilo levanta dois tópicos curiosos. Por um lado, ele questiona se Kahlo é uma grande pintora (que descarta por considerar sem interesse especial). Por outro lado, destaca a pequena dimensão do quadro A coluna partida (1944) (40 por 30 cm), o qual surge como elemento de identificação da sua obra, nomeadamente no catálogo de capa mole.
Por uma sorte que julgo será quase impossível voltar a acontecer-me, vi a exposição de Frida Kahlo em Londres e em Santiago de Compostela, conforme aqui já aludi. A exposição na Tate Modern era maior, a de Lisboa segue a de Compostela. Muitas das telas maiores não se viram na Galiza como aqui em Lisboa. O catálogo de capa dura é igual nas duas cidades ibéricas, mas adaptado à língua de cada país. Quanto a iluminação, a vista na capital inglesa foi, de longe, a de maior visibilidade; aqui, no CCB, o elevado pé direito da sala não foi compensado por uma iluminação mais perto dos quadros. Em termos de espaço, o usado em Londres era maior, ao passo que o de Santiago de Compostela foi prejudicado pela dimensão mais pequena das salas em dois andares distintos. A disposição está mais harmoniosa no CCB que na Caixa Galícia, com as diferentes etapas cronológicas da vida da pintora bem identificadas, conforme o esquema (retirado do catálogo de capa mole).
Mas a presença de público é constante que caracteriza a exposição nas três cidades europeias: uma presença e atenção elevadas de públicos jovens (o que não vi, por exemplo, na recente exposição do fundo de arte moderna de Joe Berardo, no mesmo CCB).
Leitura complementar: revista "6ª" (Diário de Notícias), de sexta-feira passada.
1 comentário:
Independentemente de poder ser considerada uma "grande" pintora ou não, é indiscutível o interesse artístico de, pelo menos, parte da sua obra. Refiro-me aos autoretratos.
(Pessoalmente, dispensaria tudo o resto - dos retratos de Diego aos da natureza mais ou menos morta.)
A exposição do CCB tem o mérito de ser didáctica, pela vertente biográfica - fotografias e textos - e ainda de enquadramento cultural - montagem cenográfica da procissão dos mortos.
Mas... faltam as pinturas. Muitas mais. As tais.
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