OS CAFÉS DE PRAGA
Quando li a primeira vez Jürgen Habermas em Mudança estrutural da esfera pública (edição em português de 1984), impressionou-me muito saber da importância dos cafés - entre outros espaços públicos - na formação da opinião pública moderna. Por uma questão conceptual, o livro referiu-se a uma realidade social centrada no século XVIII e abrangendo somente três países: Inglaterra, Alemanha e França. De fora ficavam os cafés de Bruxelas e Bruges (Bélgica) ou Saragoça (Espanha), mas também os cafés de Lisboa ou Porto, por exemplo.
No ano passado, saíu Prague cafes, from the coffee houses of old Prague to the jazz café, com texto de Harald Salfellner e ilustrações de Ivan Korecek (edição Vitalis, de 112 páginas), onde se alude a Georgius Deodatus, comerciante de Damasco que, no século XVIII, começou a servir café na capital da República Checa, no bairro pequeno. Claro que sabores e estilos de vida mudaram desde então, mas ficaram famosos nomes de cafés como Kavarna Union, Edison, Deminka e Continental. Alguns deles, como o Louvre e o Arco, seriam frequentados pelo escritor Franz Kafka.
Legendas: 1) e 2) café Kubista e edifício onde estão albergados o café e o museu, 3) Václava, na praça S. Venceslau, e 4) Reduta, junto ao bairro judeu.
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