A proposta de Tiago Baptista, da Cinemateca Portuguesa - Cinema dos primeiros tempos: uma esfera pública alternativa? -, assentava no seguinte ponto de partida teórico: a dicotomia entre cultura de massas e indústrias culturais, servindo-se de três perspectivas (indústrias culturais, da escola de Frankfurt, e espaço público, em Habermas; teorias da comunicação, em Dominique Wolton; críticas feministas).

O autor olha o cinema de múltiplas perspectivas, caso das frequências e da organização do espectáculo cinematográfico e dos esforços de auto-regulação da oferta do cinema. Tiago Baptista demonstra o progressivo domínio narrativo do cinema e a construção da figura do espectador, indo da plateia enquanto filas de grupos e recepção inicial tumultuosa, apelando ao contexto material [ouvir os sons da conferência e do debate].
Logo em meados dos anos 1910, nasce uma política censória dos filmes, não em termos políticos mas em termos de costumes. O cinema poderia ser um escape ou um meio educativo mas era olhado também como um escola do crime. A imprensa da época e os registos dos tribunais da época mencionam um aumento da criminalidade atribuido à ida ao cinema, com os espectadores a serem muito influenciados pelo que viam no ecrã.
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