No livro de Jordi López Sintas e Ercilia García Álvarez, El consumo de las artes escénicas y musicales en España (2002), os autores indicam que os consumidores com menores rendimentos económicos escolhem produtos populares caso da zarzuela.
Foi o que observámos na sexta-feira passada, no concerto dado no Centro Cultural Casa de Vacas, no jardim do Retiro, em Madrid. A bilheteira abria às sete da tarde para um espectáculo anunciado meia-hora depois. Por um preço simbólico de dois euros, a sala rapidamente encheu os seus 124 lugares, de modo que o espectáculo começou quase às sete da tarde. Quem estava na fila para comprar os bilhetes? Pessoas acima dos cinquenta anos, muitas mulheres, gente de aparência simpática mas simples.
A representação era El huésped del Sevillano, uma das mais conhecidas zarzuelas, em dois actos, com libreto de Enrique Reoyo e Juan Ignacio Luca de Tena. O ambiente é a época dourada de Castela, sendo Toledo a sua capital espiritual (ao tempo de Filipe II de Espanha, primeiro de Portugal). Há ainda a sensação de apenas se saber, no final, que o misterioso hóspede é Miguel Cervantes, o autor de D. Quixote. O primeiro acto começa com três cavaleiros a temperarem as suas espadas no armeiro Maese Andrés, cuja filha Raquel seria raptada pelo pretendente Don Diego [no vídeo, ouve-se o ensaio durante o intervalo].
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