sexta-feira, 15 de setembro de 2006

VOILÀ

Quando escrevi, no dia
6 de Setembro, não estava longe de imaginar que os dois principais jornais de Espanha entrariam em conflito em pouco tempo. Era evidente o esforço do El Mundo em falar de coup d'état após os atentados de 11 de Março de 2004 em Madrid, que provocaram a morte de 191 pessoas e a consequente mudança política (as eleições legislativas ocorreram no fim-de-semana seguinte), e a contenção (leia-se: silêncio) do El Pais sobre o tema desenvolvido pelo jornal concorrente. Agora o El Pais fala em jornalismo amarelo no El Mundo, acusando este de pagar dinheiro ao entrevistado Suárez (preso como fornecedor de explosivos aos terroristas e que contesta a explicação dada pelo poder político). O El Mundo, que nega a crítica do El Pais, tem insistido na pista da organização basca ETA como origem dos atentados, relegando a ligação islâmica para segundo plano. O ABC, terceiro jornal mais importante de Madrid e de tendência conservadora, também atacou o El Mundo.

Clarifico melhor a opinião que aqui deixei: é pena que jornais tão importantes alinhem com os principais partidos do país vizinho. Perde-se, deste modo, a confiança na independência dos dois periódicos frente ao poder político.

(fonte: neswletter de hoje do European Journalism Centre)

Sem comentários: