sábado, 28 de outubro de 2006

AGENDAS CULTURAIS

Agora que já se sabe que Guimarães vai ser a capital europeia da cultura em 2012 - e começarão a ganhar corpo planos, prazos, obras e programas culturais -, vale a pena olhar para a actual agenda cultural daquela cidade que, nos últimos anos, soube remodelar o seu agradável património histórico e cultural.

Assim, e embora o mês de Outubro esteja na recta final para eu poder destacar um ou outro programa, olho o índice e vejo-o distribuído pelas seguintes secções: exposições, cinema, vários, centro cultural Vila Flor, bibliotecas, cidade desportiva, cibercentro (com y na agenda), visitas, informações e farmácias de serviço. Das exposições permanentes, refiro as de José de Guimarães (pintor) e de fanzines e outras revistas. Já no cibercentro, há sempre cursos de iniciação à informática, úteis para todos. E, depois, os espaços culturais e museológicos, de que realço, pela actividade permanente e renovada, o museu Alberto Sampaio.

Certamente que, com a promoção de Guimarães enquanto cidade europeia da cultura, haverá muita coisa a alterar e a implementar. Exemplos: ir além da mera descrição de acontecimentos culturais, com elaboração de roteiros e informação histórica, uso de recursos universitários e de outra índole em conferências e outros eventos, para além de espectáculos cosmopolitas que tragam muitos visitantes à cidade. Vamos lá ver...

Quanto à cidade vizinha, e de certo modo rival - o que é uma coisa salutar, ao invés do que se diz por regra -, Braga, a agenda cultural do mês que agora se conclui dá destaque ao Theatro Circo, após profunda remodelação. Pensado por volta de 1906 e inaugurado em 1915, com uma peça de teatro (A rainha das rosas, com Palmira Bastos no papel principal), foi depois espaço ocupado pelo circo e pelo cinema (Aventuras de Catalina foi o primeiro filme a passar naquele espaço). Do teatro ao cinema mudo e sonoro, da acção beneficiente à divulgação artística, e até à passagem de nomes grandes da canção (Juliette Greco, Sérgio Godinho, Carlos do Carmo e Madredeus) e da música, da ópera e do bailado, os anos mais recentes seriam de decadência, obrigando a alterações no seu estatuto comercial e accionista. A Câmara de Braga adquiriu a quase totalidade do capital do Theatro Circo, enquanto uma companhia residente de teatro alimentava o espaço com programação própria.

Agora, para além da sala grande com capacidade para 1014 lugares, há um auditório experimental com 240 lugares sentados, um café-concerto, uma unidade de restauração e um espaço museológico, a que se associam uma livraria temática e um bar, e uma sala de ensaios (70 lugares).

Sem comentários: