AUTO-PROMOÇÕES
No passado dia 1, tinha escrito uma mensagem com o título AS PÁGINAS 12 E 13 DO PÚBLICO DE HOJE, onde eu entendia que José Manuel Fernandes não deveria, no editorial desse dia, falar de um livro que o jornal ia vender no dia seguinte.
Um amigo e grande especialista dos media escreveu-me a dizer o seguinte: "Se forem importantes, porque não? Pode escrever sobre um romance ou outro livro qualquer e não pode sobre aqueles livros? São eles importantes? Trazem matéria nova? Porque não criticar os canais nas promoções dos produtos culturais dos seus grupos nos próprios noticiários (acontece nos 3 grupos: RTP, SIC, TVI)? Sinceramente não acho mal, se for feito com bom senso. Ainda por cima, no caso, tratava-se de um editorial assinado. Também poderia ser sobre uma reportagem que viesse no próprio jornal, também serviria para «vender» o jornal".
Agora, em nova mensagem, acrescenta: "o programa «Sociedade das Nações», da SICN, faz promoção da revista Courrier International, editada pela mesma empresa; e o «Expresso da Meia-noite» só mostra as manchetes do Expresso".
As observações contidas nestes comentários têm pertinência, pelo que agradeço. Tal obriga-me a moderar a crítica contida na mensagem de há quatro dias atrás, dada a generalização de ocorrências. Embora me pareça dever haver mais prudência e recato dos media relativamente a projectos comerciais lançados pelos próprios media. A actual separata "Clube Morangos" do Diário de Notícias insere-se neste capítulo, embora eu compreenda a razão comercial do jornal - atingir um público-alvo (jovens) que vê o programa de televisão e se vai sentir impelido a criar uma nova rotina, a de comprar o jornal que fala dos seus heróis.
1 comentário:
Prudência e, sobretudo, decoro. A auto-promoção, para além de ter laivos de auto-engrandecimento, é uma forma de desviar a atenção para um determinado produto. Daí que deva ser evitada.
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