O livro de Maria do Carmo Piçarra, Salazar vai ao cinema – O jornal português de actualidades filmadas, da MinervaCoimbra, será lançado na próxima segunda-feira na Cinemateca Portuguesa (sala Luís de Pina, à Rua Barata Salgueiro 39, aqui em Lisboa), pelas 19:30. Apresentada por João Lopes, seguir-se-á a exibição de edições do Jornal Português.
Retiro a seguinte informação do comunicado da editora:
- Salazar Vai ao Cinema - O Jornal Português de Actualidades Filmadas reflecte sobre o carácter do cinema de propaganda em Portugal e qual o papel – e como foi desempenhado – que as primeiras actualidades cinematográficas estatais, tiveram na veiculação da ideologia do Estado Novo.
As actualidades filmadas nasceram com o cinema - fixadas pelos "caçadores de imagens" a soldo dos Lumière ou recriadas em estúdio por Méliès. Curtas-metragens, mostravam acontecimentos políticos, económicos, desportivos, culturais, etc. e integravam os programas cinematográficos sendo mostradas antes das longas-metragens de ficção. O aproveitamento do potencial propagandista das actualidades foi uma prática generalizada internacionalmente, sustentada por modelos mais ou menos informativos.O Jornal Português – a primeira edição de actualidades produzida com continuidade em Portugal - foi dirigido, entre 1938 e 1951, por António Lopes Ribeiro e foi financiado pelo Secretariado da Propaganda Nacional (SPN). Iniciativa do director do SPN, António Ferro, mas mal amada por Salazar – que, além de não lhe compreender a modernidade e eficácia, achava o cinema demasiado caro –, a revista mensal de actualidade nacional teve 95 edições, preservadas quase integralmente no Arquivo Nacional de Imagens em Movimento.
Cumpriu um papel importante como veículo modernista – a par do cartaz e da rádio - da propaganda à ideologia do regime. Manifestações (de apreço) a Salazar e Carmona, comemoração de efemérides e das datas importantes para o Estado Novo, desfiles e festas militares e para-militares e cerimónias religiosas, antes e durante a II Guerra Mundial; inaugurações e obras após o conflito, são as matérias privilegiadas por uma revista em que o cidadão comum é um espectador que assiste à distância às celebrações do regime.
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