No jargão de Hollywood atribui-se o nome de biopic - biographical picture - à passagem para o cinema da vida de uma vedeta (musical, por exemplo), desde o seu nascimento até à morte, ou quando se concentra num episódio essencial da sua vida.
Isto a propósito do filme La Môme, que recria a vida da cantora francesa Edith Piaf, a ser lançado em França no próximo dia 14, jornada dedicada a São Valentim, dia dos namorados (Le Monde de hoje, com texto assinado por Bruno Lesprit, com Isabelle Regnier e Sylvain Siclier).
Segundo o artigo que sigo, trata-se da primeira experiência do género em França, motivado pelo grande sucesso do filme americano que retratou a vida de Ray Charles (2004). Piaf é um dos raros ícones da chanson française com fama internacional [recordo o belíssimo texto de Nuno Pacheco no caderno "Mil Folhas", Público, de ontem, sobre Carmen Miranda; neste caso, tratava-se de uma biografia em livro].
Do sucesso de La Môme depende o futuro do biopic francês. Contudo, Alain Goldman, produtor, e Olivier Dahan, realizador, estão esperançados. A França possui um mercado interno forte na indústria cinematográfica e na canção (mais de 60% das vendas em CD). Mas os dois sectores ainda não cruzaram estratégias: a comunidade de fãs de um artista pode encher as salas, um filme relança as vendas de discos. Acresce-se que a vida destas estrelas tem ingredientes adaptáveis ao cinema: infância modesta, trauma inicial (a perda de um irmão, por exemplo), ascensão com uma contrapartida pesada (toxicodependência, alcoolismo), queda e redenção.
Geralmente, os filmes de músicos já desaparecidos recorrem ao playback, exigindo um trabalho de sincronização de lábios, o que acontece em La Môme, com a actriz Marion Cottilard (ver mais informação no sítio Allocine.com).
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