sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

BÉLGICA SEPARADA?


J.M. Nobre-Correia, no Expresso de hoje, levanta a recente questão do noticiário belga que dava conta da "independência" da Flandres, uma região da Bélgica (13 de Dezembro).

O jornalista colocado no parlamento flamengo anuncia a "independência", a que se seguem outros jornalistas no ar e que entrevistam algumas personagens. Falam do fecho de fronteiras e de preços distintos para as regiões agora "separadas". Mas não há qualquer sinal de pânico ou emoção e os "manifestantes" actuam plenos de calma.


Tratava-se, evidentemente, de uma ficção tipo Guerra dos mundos. Comenta o professor e mediólogo: "53 anos de televisão não permitiram aos belgas fazer uma leitura crítica do telejornal". O divertimento, que desde sempre esteve presente na televisão, tornou-se crescente a partir do fim do monopólio do sector (anos 1970-1980). Nascia aquilo a que Nobre-Correia chama de pequenas disneylândias - as televisões privadas, preocupadas com a distracção e a oferta permanente de emoções. Escreve: "Evolução que não deixou incólume a concepção dos telejornais e o tratamento da informação pelos jornalistas".

O que o leva a uma pergunta de fundo: não havendo qualquer diferença, qual o interesse em existir a televisão pública?

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