Textos de Rogério Santos, com reflexões e atualidade sobre indústrias culturais (imprensa, rádio, televisão, internet, cinema, videojogos, música, livros, centros comerciais) e criativas (museus, exposições, teatro, espetáculos). Na blogosfera desde 2002.
sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007
BÉLGICA SEPARADA?
J.M. Nobre-Correia, no Expresso de hoje, levanta a recente questão do noticiário belga que dava conta da "independência" da Flandres, uma região da Bélgica (13 de Dezembro).
O jornalista colocado no parlamento flamengo anuncia a "independência", a que se seguem outros jornalistas no ar e que entrevistam algumas personagens. Falam do fecho de fronteiras e de preços distintos para as regiões agora "separadas". Mas não há qualquer sinal de pânico ou emoção e os "manifestantes" actuam plenos de calma.
Tratava-se, evidentemente, de uma ficção tipo Guerra dos mundos. Comenta o professor e mediólogo: "53 anos de televisão não permitiram aos belgas fazer uma leitura crítica do telejornal". O divertimento, que desde sempre esteve presente na televisão, tornou-se crescente a partir do fim do monopólio do sector (anos 1970-1980). Nascia aquilo a que Nobre-Correia chama de pequenas disneylândias - as televisões privadas, preocupadas com a distracção e a oferta permanente de emoções. Escreve: "Evolução que não deixou incólume a concepção dos telejornais e o tratamento da informação pelos jornalistas".
O que o leva a uma pergunta de fundo: não havendo qualquer diferença, qual o interesse em existir a televisão pública?
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