No programa Em nome do ouvinte, de 2 de Fevereiro, o provedor do ouvinte José Nuno Martins tratou o caso Rittornello, programa de Jorge Rodrigues.
Este realizador radiofónico queixara-se, em 14 de Dezembro último ao jornal Correio da Manhã, que fora impedido de fazer entrevistas com intelectuais portugueses. Uma petição em linha foi logo subscrita, atingindo 1300 assinaturas. Quase em simultâneo, o provedor do ouvinte recebeu diversos emails dando conta da sua discordância, chegando a invocar a existência de censura ou da pura e simples extinção do programa.
O provedor do ouvinte ouviu Jorge Rodrigues e Rui Pêgo (director de programas da RDP), assim como ouvintes ou especialistas (Justino Oliveira Marques, Manuel António Pina, Rogério Santos e Carlos Andrade).
Através dos diversos depoimentos, percebe-se melhor o que esteve em causa, em especial a partir do que disseram os dois protagonistas: o realizador e o director. Confesso que o meu coração pende para o ponto de vista do realizador, o que me impede de ser tão objectivo quanto seria de desejar. Como ouvinte, a minha perspectiva é simples: o programa, apesar de onze anos de existência, tem muita popularidade e é bem feito (combina a divulgação musical com uma paixão pela música e pela rádio).
Após o que ouvi, o que esteve em causa não foi tanto a proibição de entrevistas mas mais a duração do programa. O director de programas quis criar dois "slots", um com o programa de Jorge Rodrigues - o anfitrião no regresso a casa dos ouvintes (os que se deslocam de automóvel) - e um concerto. Rui Pêgo não referiu que estes concertos são de jovens músicos portugueses, mas salientou o lado "palavroso" das entrevistas de Jorge Rodrigues.
A meu ver, há uma quebra na passagem do programa de autor para a transmissão musical - uma espécie de duas velocidades. Se se critica Rodrigues de improvisar com frequência, a transmissão de alguns concertos tem igualmente muito de improviso, até porque os realizadores não controlam todos os factores, entrando mal em certos momentos. O programa Rittornello teve adaptações ao longo dos anos: Edite Sombreirero dava locução frequente, depois foi a jovem Andrea Lupi. E entendo haver um maior equilíbrio num programa de maior duração, com melhor exploração temática. Além de que, na nossa memória, vai ficar a voz do realizador e não a do director de programas.
Claro que também me engano nas minhas apreciações. Quando anunciado o programa da manhã combinando música com notícias, torci o nariz. Mas o programa Império dos sentidos, com Paulo Alves Guerra (já sem Gabriela Canavilhas), tornou-se uma grande referência para mim.
Este realizador radiofónico queixara-se, em 14 de Dezembro último ao jornal Correio da Manhã, que fora impedido de fazer entrevistas com intelectuais portugueses. Uma petição em linha foi logo subscrita, atingindo 1300 assinaturas. Quase em simultâneo, o provedor do ouvinte recebeu diversos emails dando conta da sua discordância, chegando a invocar a existência de censura ou da pura e simples extinção do programa.
O provedor do ouvinte ouviu Jorge Rodrigues e Rui Pêgo (director de programas da RDP), assim como ouvintes ou especialistas (Justino Oliveira Marques, Manuel António Pina, Rogério Santos e Carlos Andrade).
Através dos diversos depoimentos, percebe-se melhor o que esteve em causa, em especial a partir do que disseram os dois protagonistas: o realizador e o director. Confesso que o meu coração pende para o ponto de vista do realizador, o que me impede de ser tão objectivo quanto seria de desejar. Como ouvinte, a minha perspectiva é simples: o programa, apesar de onze anos de existência, tem muita popularidade e é bem feito (combina a divulgação musical com uma paixão pela música e pela rádio).
Após o que ouvi, o que esteve em causa não foi tanto a proibição de entrevistas mas mais a duração do programa. O director de programas quis criar dois "slots", um com o programa de Jorge Rodrigues - o anfitrião no regresso a casa dos ouvintes (os que se deslocam de automóvel) - e um concerto. Rui Pêgo não referiu que estes concertos são de jovens músicos portugueses, mas salientou o lado "palavroso" das entrevistas de Jorge Rodrigues.
A meu ver, há uma quebra na passagem do programa de autor para a transmissão musical - uma espécie de duas velocidades. Se se critica Rodrigues de improvisar com frequência, a transmissão de alguns concertos tem igualmente muito de improviso, até porque os realizadores não controlam todos os factores, entrando mal em certos momentos. O programa Rittornello teve adaptações ao longo dos anos: Edite Sombreirero dava locução frequente, depois foi a jovem Andrea Lupi. E entendo haver um maior equilíbrio num programa de maior duração, com melhor exploração temática. Além de que, na nossa memória, vai ficar a voz do realizador e não a do director de programas.
Claro que também me engano nas minhas apreciações. Quando anunciado o programa da manhã combinando música com notícias, torci o nariz. Mas o programa Império dos sentidos, com Paulo Alves Guerra (já sem Gabriela Canavilhas), tornou-se uma grande referência para mim.
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