quinta-feira, 12 de abril de 2007

COMENTÁRIO SOBRE INDÚSTRIAS CRIATIVAS E COLAGENS


Amanhã, para quem estiver em Lugano (Suíça), pode ver o trio de Lluís Coloma, integrado no 6º Festival International de Boogie Woogie. Lluís Coloma partilha o festival com nomes como Mitch Woods (Estados Unidos), Axel Zwingenberger (Alemanha), Little Willie Littlefield (Estados Unidos), Chris Conz (Suíça), Anke Angel (Holanda), Silvan Zingg (Suíça) e Philippe LeJeune (França) (ver o sítio de Lluís Coloma).


O jazz é uma das indústrias criativas de maior importância em países como os Estados Unidos ou o Reino Unido. Mas também a Europa tem assistido ao nascimento de bandas de muita qualidade e de grande impacto em termos de audiências. Para mim,
Lluís Coloma (piano) - acompanhado de Manolo Germán (contrabaixo) e Marc Ruiz (bateria) - engloba-se nesta tipologia, com um percurso apreciável no panorama do jazz (boogie woogie). O primeiro disco de Coloma data de 2002, Remember, onde a par de versões de Count Basie, Thelonious Monk e Ramsey Lewis, registou dez temas originais. Seguiram-se Boogielogy (2005) e Lonely avenue (2006).



Ouvir o trio é um prazer. Mas, para além dos originais e das versões, o que salta da alegria de execução e comunhão com o público é o disponível, a música de assemblage, o retomar de experiências e cruzamentos, num permanente vaivém dinâmico. Diria mesmo a citação, a colagem. Esta existe na música mas também no cinema (lembrar o filme em exibição actualmente, O bom alemão), na internet. Como também ocupa a literatura e a pintura. O que ilustra que o trabalho criativo humano é uma constante reinterpretação, em que uma qualquer revolução se faz juntamente com a evolução e a tradição de regras e estilos vigentes.

De outro local surge a cópia, o plágio - enquanto ausência de esforço criativo e de compreensão pelo que se aprende e recupera.

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