Textos de Rogério Santos, com reflexões e atualidade sobre indústrias culturais (imprensa, rádio, televisão, internet, cinema, videojogos, música, livros, centros comerciais) e criativas (museus, exposições, teatro, espetáculos). Na blogosfera desde 2002.
quinta-feira, 5 de abril de 2007
A FILHA REBELDE
Começámos a ler a história de Annie Pais da Silva no Expresso, por José Pedro Castanheira. Depois, este e Valdemar Cruz escreveram o livro A filha rebelde. Agora, chega ao teatro com versão de Margarida Fonseca Santos e dramaturgia e encenação de Helena Pimenta, espanhola de pai português.
É a história da filha do director da PIDE, a polícia política do regime de Salazar, que foge para Cuba e se apaixona por Che Guevara. Diz a encenadora: "Inicialmente, tive medo de cair no romance cor-de-rosa porque Annie é uma personagem muito emotiva e há uma série de acontecimentos que nos poderiam conduzir por um caminho de ligeireza".
Relações de poder e de família num período conturbado e triste em Portugal, muito bem retratado na encenação. Um palco vasto, com zonas de enredo bem demarcadas, em que a luz e a aproximação ou afastamento da boca do palco dão conta da intensidade das situações. Ou: ascensão e queda de uma mulher, queda e substituição de um regime, com a história de um indivíduo a servir de contraponto à história de um país, através das suas pulsões e sentimentos contraditórios.
Annie Pais da Silva é muito bem representada por Ana Brandão. A peça está em cena no Teatro Nacional D. Maria II.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
belíssima actriz a Ana Brandão
Enviar um comentário