Textos de Rogério Santos, com reflexões e atualidade sobre indústrias culturais (imprensa, rádio, televisão, internet, cinema, videojogos, música, livros, centros comerciais) e criativas (museus, exposições, teatro, espetáculos). Na blogosfera desde 2002.
quarta-feira, 25 de abril de 2007
GEOGRAFIA DO CINEMA
O Bareme Cinema 2007 indica que, no período entre Abril de 2006 e Março de 2007, 2,511 milhões de portugueses com 15 e mais anos foram ao cinema (informações e imagens retiradas da newsletter da Marktest).
Conforme se lê na newsletter, "os concelhos de Lisboa e de Vila Nova de Gaia são os que mais cinéfilos atraem, respectivamente 582 mil e 323 mil. As duas grandes áreas metropolitanas de Portugal revelam assim dois comportamentos muito diferenciados. Enquanto Lisboa se assume como pólo receptor dos adeptos da sétima arte, já o Porto se coloca em segundo plano, ultrapassado por Gaia e Matosinhos. A esta realidade não se pode alhear a tendência seguida pelo sector nos últimos anos, com forte investimento na oferta em grandes complexos de cinema situados nos grandes centros comerciais. Na região do Grande Porto, estas superfícies têm-se localizado sobretudo nos seus concelhos limítrofes".
Esta leitura desperta-me uma outra: o concelho do Porto tem desinvestido fortemente na cultura, o que abre condições para áreas geográficas limítrofes incentivarem os seus apoios. Basta percorrer as principais ruas da Baixa portuense para ficar com uma sensação de crescente abandono. Certamente que há mais do que uma explicação, mas poder-se-iam adiantar algumas, como a desertificação urbana e comercial desses espaços.
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1 comentário:
Os cinemas em funcionamento na cidade do Porto são cerca de uma dezena e quase todos em centros comerciais. Ou seja, metade dos existentes na Arrábida Shopping, em Vila nova de Gaia. Mas recordo-me que os cinemas na cidade do Porto, a funcionarem ao mesmo tempo, nunca ultrapassaram as duas dezenas - tantos quantos cinemas encontramos no complexo do Arrábida.
A história dos cinemas no Porto é bem mais complexa e, senão existem cinemas na cidade, a culpa não é só dos empresários do meio. As políticas para a cidade, a emergência de novas condições sociais, etc. condicionaram a revitalização de salas e o aparecimento de novas.
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