Textos de Rogério Santos, com reflexões e atualidade sobre indústrias culturais (imprensa, rádio, televisão, internet, cinema, videojogos, música, livros, centros comerciais) e criativas (museus, exposições, teatro, espetáculos). Na blogosfera desde 2002.
sexta-feira, 29 de junho de 2007
INDÚSTRIAS CRIATIVAS
O Reino Unido tem o sector de indústrias criativas maior em toda a União Europeia e talvez o maior PIB da área em todo o mundo. Para a Work Foundation, que lançou agora um relatório sobre indústrias criativas, o tema é de âmbito nacional em múltiplos aspectos. Para além da criação de ideias, imagens, símbolos, design e expressão cultural, a sua escala chama a atenção para o estudo de uma área tão dinâmica.
As indústrias criativas e culturais atingem 7,3% do total da economia e comparam-se aos serviços financeiros, empregam um milhão de pessoas directamente e 800 mil de modo indirecto. O nível de vida de um número crescente de britânicos depende da trajectória de crescimento do sector.
Partindo do princípio que conhecimento e criatividade desempenham um papel central na economia, os autores do estudo apontam que o iPod da Apple, o vídeo a pedido, as compras pela internet, o automóvel personalizado, o design de vestuário, o turismo temático, a banca online e outras formas de actividade económica respondem a consumidores e cidadãos mais ricos, educados e que sabem o que querem. Isto é, novos produtos inovadores respondem a modelos de procura de uma nova classe de consumidores.
O núcleo criativo pode conceptualizar-se como produção de valor expressivo criativo puro, indo da arte tradicional aos videojogos e ao software. Várias destas actividades são apoiadas pelo Estado, dado o elevado investimento colocado em algumas delas.
O Programa da Economia Criativa começou em Novembro de 2005, envolve a análise e aplicações das indústrias culturais: cinema, televisão, edição, música, artes performativas e videojogos, que constroem os seus modelos de negócio na venda de valor de expressão. Mas as indústrias culturais podem constituir um subsector das indústrias criativas: o produtor de televisão independente, os jogos de computador, o editor ligado à educação têm mercados e audiências diferentes mas produzem valor de expressão. As indústrias criativas são, analiticamente, parentes das indústrias culturais, em que a distinção provém da mesma família de actividades. O que produzem tem um valor funcional mas também de expressão. Arquitectura, moda, design, serviços de computador e publicidade são eminentes indústrias criativas.
Obrigado a Maria João Eloy por me ter indicado o estudo, através do artigo publicado no jornal Guardian.
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