quinta-feira, 21 de junho de 2007

JORNALISMO E DEMOCRACIA


Jornalismo e democracia é o título de um livro lançado hoje ao fim da tarde, coordenado por Isabel Ferin, e que conta com capítulos escritos por Isabel Ferin, Estrela Serrano, Albino Rubim e Leandro Colling, Rita Figueiras e Vanda Calado. A edição pertence à Paulus, na sua nova colecção Comunicação, coordenada por Rita Figueiras. A apresentação coube a Nelson Traquina, docente da Universidade Nova de Lisboa.

O livro aborda quatro temáticas ligadas às notícias publicadas nos jornais: finais de mandatos de primeiros-ministros, eleições presidenciais (aqui também com análise às notícias televisivas), comentadores de imprensa, congressos e convenções partidárias.

Retiro uma parcela do capítulo escrito por Estrela Serrano:

A investigação realizada mostra que no DN e na RTP os padrões jornalísticos na cobertura de eleições mudaram significativamente ao longo dos 25 anos abrangidos pelo estudo, apesar da persistência de determinados padrões no Diário de Notícias e nos canais de televisão. Por outro lado, apesar das diferenças decorrentes da natureza do meio, a cobertura de campanhas eleitorais baseia-se em fórmulas e modelos rotinizados e estandardizados, comummente aceites pela comunidade jornalística qualquer que seja o meio em que trabalha, o regime político vigente e o regime de propriedade das respectivas empresas. Esse modelo assenta num estilo de cobertura que privilegia o jogo eleitoral e as acusações entre candidatos, menorizando o debate de ideias (p. 53).

O livro resultou de um projecto criado no seio do Centro de Investigação Media e Jornalismo (CIMJ), entidade criada em 1997 e que tem agregado investigadores provenientes de várias universidades. O seu presidente é Nelson Traquina. Desse projecto, financiado pela Fundação Ciência e Tecnologia, o CIMJ realizou no final do ano passado um seminário internacional dedicado exactamente ao jornalismo e à democracia.

Ainda não li o livro. Mas conheço-o muito bem. Foi um projecto muito discutido e envolvendo muita gente - à distância, foi um dos projectos mais interessantes em que também me envolvi (organização do seminário e apresentação de uma comunicação ao mesmo seminário). Pelo que representa em termos de equipa de trabalho - dando relevo à investigação empírica quantitativa - e pelas perspectivas e convite a novas investigações, o livro merece ser estudado e comentado nos cursos de comunicação e jornalismo.

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