sexta-feira, 20 de julho de 2007

TELEVISÃO MÓVEL (I)


Televisão móvel (a partir nomeadamente do telemóvel) e Televisão Digital Terrestre (TDT) são ideias em discussão nos dias de hoje. É este o tema de abertura da última newsletter do Observatório da Comunicação, assinado por Gustavo Cardoso.

O presidente do OberCom escreve sobre o telemóvel e a televisão que se tratam das "duas tecnologias mais disseminadas a nível dos países desenvolvidos. Para Portugal a TV está em mais de 98% dos nossos lares e os telemóveis em mais de 70% dos nossos bolsos ou malas. Em segundo lugar, no caso particular da televisão móvel, a tecnologia que vier a ser usada é a menos importante de todas as condicionantes. Ou seja, saber se a transmissão será em Unicast ou Broadcast e qual será o standard e/ou protocolos de transmissão é importante para os decisores técnicos, mas terá muito pouca importância para a decisão final de adopção do serviço. A televisão obedece a outras regras que não as tecnológicas. As regras para a televisão são as ditadas pelos conteúdos e se duvidar-mos basta pensar nos diferentes sistemas televisivos com que vivemos, em diferentes países, ao longo dos últimos 50 anos. É claro que é necessário que exista interoperabilidade entre redes, mas para o consumidor o que conta é a rede de contactos, e essa é a rede que ele já adquiriu na tecnologia de suporte ao acesso à televisão móvel: o telemóvel".

Já quanto à TV Móvel (ou Mobile TV) terá, considera Gustavo Cardoso, "nos transportes públicos um espaço de eleição – tal como hoje já têm os jornais gratuitos. Logo, há duas situações a ter em atenção. Por um lado a existência de um meio já implantado fortemente nesses espaços de fluxos, o jornal gratuito, por outro lado, o facto de o número de portugueses que usa transportes públicos em zonas urbanas de elevada densidade ser percentualmente menor quando comparado com outros países da Europa".

Qual será o modelo de negócio para Portugal em termos de televisão móvel? Continua o presidente do OberCom: " Se o objectivo for a massificação, o acesso deve ser aberto, isto é, com muito baixas barreiras à entrada com assinatura à semana (abaixo do 1,5€ por semana) ou activação ao dia, ou ainda por programa. O tráfego não deve ser tarifado, nem em termos de MB de transmissão, nem de tempo de ligação e deve ser baseado num modelo de repartição de lucro de publicidade (3 a 5 segundos no início e final de cada peça) entre quem distribui (operador da rede) e quem produz (produtor ou canal televisivo)".

E quanto a conteúdos, há produtos audiovisuais que se adaptam bem ao telemóvel, caso dos videoclips de música, séries de animação e produtos já dobrados ou em língua original. "No entanto, mesmo esses terão de ser adaptados para durações médias abaixo dos 5 minutos, o que constitui acima de tudo um desafio para os argumentistas". A televisão móvel pode "ser usada na editorialização de conteúdos já disponíveis em plataformas como o YouTube, ou votar através da web (ou sms) num determinado vídeo e depois o broadcast ser o produto das escolhas de todos os votantes". Informação e futebol nos estádios serão outras áreas que Gustavo Cardoso prevê crescer.

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