Textos de Rogério Santos, com reflexões e atualidade sobre indústrias culturais (imprensa, rádio, televisão, internet, cinema, videojogos, música, livros, centros comerciais) e criativas (museus, exposições, teatro, espetáculos). Na blogosfera desde 2002.
domingo, 12 de agosto de 2007
JOY DIVISION
Ian Curtis, vocalista dos Joy Division, morreu em 1980 de suicídio. Agora, na próxima sexta-feira, no Festival Internacional de Cinema de Edinburgo, será apresentado o filme Control, de Anton Corbijn, sobre aquele cantor e a sua banda de Manchester. O lançamento do filme no circuito comercial está previsto para 5 de Outubro, pelo menos no Reino Unido. Para os fãs mais jovens que nunca viram a banda actuar ao vivo mas conhecem os New Order, a banda herdeira daquela, o filme será um inesquecível tributo.
No Observer de hoje, o fotógrafo Kevin Cummins escreve sobre os dias de começo dos Joy Division. Ele lembra o concerto punk dos Sex Pistols em Manchester, no Verão quente de 1976. Então, impressionados com os Pistols, todos os fãs da música quiseram criar uma banda. Seria o que aconteceu com Ian Curtis e os seus colegas Bernard Sumner, Stephen Morris e Peter Hook. Começaram por se chamar Stiff Kittens, mudaram-se para Warsaw e estabilizaram em Joy Division. Estava-se em Janeiro de 1978. Cummins fotografou os músicos, indo agora publicar essas imagens em Outubro (ver www.tohellwithpublishing.com). Control, de Anton Corbijn, contemporâneo de Cummins na publicação NME, seria o seu primeiro vídeo sobre uma banda pop.
Cummins lembra que as imagens que tirou aos Joy Division as quis colocar num dos jornais: NME ou Observer. Então não tinha muito dinheiro e as imagens que fez com a sua Nikon foram raras, pois o rolo custava dinheiro e também a sua revelação. Ainda não havia as máquinas digitais. A sua recordação dos Joy Division é que o grupo não era muito simpático, cultivando alguma distância, ou mesmo arrogância, bastante diferentes dos Fall, outra banda de culto em Manchester. O álbum Unknown pleasure, em Junho de 1979, traria a distinção para Ian Curtis e os colegas.
No texto de hoje do Observer, Cummins fala também das controvérsias políticas dos Joy Division e dos gostos de Curtis e colegas: Velvet Underground, David Bowie, Lou Reed. E da paixão de Curtis pelo futebol e pelo Manchester City. Finalmente, Cummins acha que o filme não representa bem os Joy Division: falta-lhe humor; Tony Wilson, o dono da Factory Records onde os Division gravaram, é mal representado.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
Correcção verrinosa: uma simples consulta ao site oficial de Corbijn poderia ajudar à devida compreensão do seu trabalho que vai muito além do referido "Control" como ponto iniciático na área da música. Corbijn realizou antes vídeos dos U2 ou dos Depeche Mode.
Correcção verrinosa 2: o primeiro álbum dos Joy Division intitula-se "Unknown Pleasures".
Enviar um comentário