Textos de Rogério Santos, com reflexões e atualidade sobre indústrias culturais (imprensa, rádio, televisão, internet, cinema, videojogos, música, livros, centros comerciais) e criativas (museus, exposições, teatro, espetáculos). Na blogosfera desde 2002.
terça-feira, 14 de agosto de 2007
QUANTIFICAR A ECONOMIA DOS MEDIA EM PORTUGAL
O projecto Análise Prospectiva dos Media em Portugal: Tendências, Mercado e Emprego (no âmbito do POEFDS) é uma reflexão sobre o papel económico e social dos media, identificando-se cinco ângulos de observação da actividade dos media: mercado e políticas gerais de emprego, informação e comportamento do consumidor, sistema educacional e competências profissionais, práticas de organização e gestão empresarial, impactos das tecnologias de informação e comunicação.
Constituído por três partes e nove capítulos, o volumoso estudo, a ser editado em livro, é coordenado por Paulo Faustino e apresenta recomendações orientadas para três planos: empresas, instituições de ensino e políticas públicas.
Como recomendações para as empresas, sugere-se a redefinição do portfolio de produtos e a definição do modelo de gestão. Com o desenvolvimento dos media on-line, desaparecerá a designação de versão on-line do meio original, deixando a internet de replicar a informação disponível em papel. Outra recomendação dirige-se à abertura dos arquivos, o que gerará novas receitas publicitárias. Defende-se também a contratação de profissionais específicos para a venda de espaço publicitário on-line. O incentivo de micro-pagamentos na informação específica é uma outra medida para as empresas.
Já no tocante a recomendações em termos de políticas públicas, os investigadores indicam uma canalização maior de fundos governamentais para centros de ensino e formação, numa aposta em modalidades de formação adequadas, caso do e-learning ou do blearning. Outra medida aconselhada pelo estudo consiste na criação de programas de incentivo à internacionalização da indústria de conteúdos em Portugal e benefícios fiscais a micro-empresas, em particular em regiões desfavorecidas. Pretende-se ainda fomentar a regulação do mercado sobre a propriedade dos media, através da actuação junto de instituições reguladoras ou da criação de políticas que garantam o equilíbrio entre o pluralismo e a concentração na indústria.
Finalmente, quanto a recomendações às instituições de ensino, deve haver uma maior cooperação entre estas e as empresas do sector. O desenvolvimento do mercado dos media – em particular no que respeita às novas tecnologias, transformações ao nível dos perfis profissionais e fragmentação das audiências – exige, por exemplo, o desenvolvimento de plataformas on-line (vídeo, áudio, multimedia e texto) e a preparação de profissionais em departamentos comerciais, área fulcral para as empresas de media.
A equipa coordenada por Paulo Faustino e com Guilherme Pires como assistente de investigação, teve como consultores séniores e informantes privilegiados Alan Albarran, Alfonso Sánchez Tabernero, Francisco Perez-Latre, Aldo Van Weezel, Paul Murschetz, Fernando Cascais, Luísa Ribeiro, Luciano Patrão, Rui Cádima, João Palmeiro, Robert Picard, José Faustino, Pedro Pinto, Alfredo Maia, Afonso Camões, Francisco Pinto Balsemão, Tiago Cortez e Luís Montez, como investigadores séniores Carla Martins, Renato Leite, Maria José Sousa, Helena Costa e Paula Cordeiro e como inquiridores e investigadores júniores Cátia Candeias, Margarida Ponte, Andreia Santos, Pedro Marques, Ana Sofia Monteiro, João Manso, Pedro Diogo Carreira, Vanda Ferreira, Joana Pinheiro, Ana Marta Carvalho e António Costa. O design da capa pertence a Nuno Murjal/Quatrocês.
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