segunda-feira, 26 de novembro de 2007

LISBOA COMO CAPITAL EUROPEIA DO SUL


Uma importante entrevista foi a publicada na edição do último sábado no jornal Expresso, de José Carlos Pinto Coelho, presidente da Confederação de Turismo de Portugal, e Jorge Rebelo de Almeida, presidente do grupo Vila Galé, a Nicolau Santos (caderno "Economia", p. 13).


Para os entrevistados, que abraçam um projecto de revitalização de Lisboa enquanto capital cosmopolita, "As cidades que estão na crista da onda na Europa são aquelas em que se regista uma participação muito empenhada dos moradores na sua melhoria. As pessoas que lá moram têm vaidade, têm orgulho, têm gozo. Isso em Lisboa não se passa". Para os mesmos, "O turismo de cidade de lazer está tratado mas falta o turismo de negócio. A vantagem brutal que temos neste momento, arranjando um projecto nacional, é criar um projecto transversal à sociedade, que transforme Lisboa numa capital de negócios daqui a 15 anos".

Objectivo: colocar Lisboa no grupo de quatro cidades (Madrid, Barcelona, Bruxelas e Amsterdão), que estão atrás das grandes europeias (Londres, Paris, Frankfurt), conjunto de cidades "indispensáveis para as empresas europeias instalarem delegações ou sedes". Lisboa tem uma boa base, mas está "descuidada, está suja. Precisa de espaços verdes, da recuperação do seu património histórico e arquitectónico. É indispensável trazer habitação para o centro histórico da cidade. É um factor de dinamização de todas as actividades". E acrescentam os entrevistados: "Basta haver a 15 anos o planeamento do que se faz em cada ano e o que vai integrar anualmente o projecto global".

Há, igualmente, um olhar muito crítico: "Muitos dos comerciantes que estão na Baixa já não são comerciantes. Não estão lá com um negócio dinâmico, activo, inovador. estão parados à espera de um trespasse. Acham que já cumpriram um ciclo de vida e não estão a fazer nada para se actualizar".

A entrevista aponta, como destaquei acima, para Lisboa se transformar em capital do sul da Europa, atraindo sedes (ou delegações) das grandes empresas internacionais e em que é essencial a reinvenção da cidade em termos arquitectónicos, históricos e culturais. Mas quais os fundamentos principais desse projecto da Confederação de Turismo de Portugal? O texto do jornal não aponta. Fiquemos à espera de mais novidades.

1 comentário:

Anónimo disse...

Tenho duvidas da viabilidad de tres cidades com dimensao de negocios na peninsula Iberica.
Madrid vem consumindo, justificadamente o apelo de Barcelona que luta por manter a sua presenca no mediterraneo ocidental.
O comboio de alta velocidad vai contribuir ao predominio de Madrid (o tracado assim o desenha... o governo nao disse mas o bom tracado era o T ou o que escoava as mercadorias pelo norte. Leiam o Danel Bessa ha cinco anos tras...) e a loucura da OTA nao vai poder remediar o protagonismo, muito esforcado, de Barajas.
Basta observar a extraordinaria infraestructutura de transporte metropolitano de Madrid, sua relacao com o Aeroporto e a relacao politica da cidade com o mundo hispano en geral, para perceber que nao ha clientes para a Ota, nao ha infraestructuras que permitan competir... ha romantismo, isso e verdade; romantismo temos... e dividas e gente pouco a quem nao se mostra o undo a passear em centros comerciais.

Vivendo fora de Portugal, por opcao e sem rancor (creio...), parece-me que as ideias peregrinas se deveriam ter acabado ha muitos vergonhosos trezes de maio atras e que so um investimento serissimo na educacao, acabando com a vergonha nacional das nossas desesperancadas universidades privadas cavaquistas, un fortalecimento participado do tecido micro do norte do pais, investindo em projectos abertos ao exterior e na participacao dos cidadaos NACIONAIS nos projectos LOCAIS, se poderia chegar a alguma forma de sustentabilidade ou solidez economica. Veja-se a Finlandia, nao a finlandia da Nokia, a outra finlandia. Um paraiso criativo como tantos outros nos quais as pessoas pensam, leem e fazem algo mais do que andar de carro, iludindo-se todos os dias e hipotecando o futuro dos seus filhos.
Se a cada portugues, conhecedor da sua historia (familiar e nacional), con vontade e ambicao, fosse dada uma bolsa ou uma instituicao seria na qual estudar com seriedade, bem articulada com os canais internacionais, nao tinhamos porque ouvir projectos vazios, ilusoes uma a tras da outra.
E, uma vez mais, Lisboa, como epicentro de tudo, o paraiso pobre dos funcionarios publicos e dos beiroes governantes, que se rebolam nas suas barrigas e nas suas maneiras afectadas aprendidas en tempo curto e sem reflexao, cujos cerebros digerem pouco, por falta de habito. Que continuem as coisas assim parece-me o melhor caminho para que pouco falte e so restem funcionarios publicos nesse pais, visitados por familiares felizes nos meses de verao. Bem haja!