Textos de Rogério Santos, com reflexões e atualidade sobre indústrias culturais (imprensa, rádio, televisão, internet, cinema, videojogos, música, livros, centros comerciais) e criativas (museus, exposições, teatro, espetáculos). Na blogosfera desde 2002.
quinta-feira, 8 de novembro de 2007
PALÁCIO DOS ANJOS
A capa da agenda cultural de Oeiras deste mês é todo um programa: cross internacional, vozes do fado e entrevista com Alexandra Antunes.
Olhando para a entrevista dada à agenda 30 Dias, conduzida por Guiomar Belo Marques (e fotografias de Jorge Nogueira), fica-se a perceber o quanto encantador é o trabalho de Alexandra Antunes.
Inicialmente, ela escreveu uma tese de mestrado sobre o palácio Anjos, construído em Oeiras no século XIX e que fora pertença do senhor Polycarpo Pecquet Ferreira Anjos. A investigação levou-a a conviver "com a época, com os costumes, com o próprio hábito de veranear. E com tudo isso surgiu a ideia de fazer o levantamento da habitação de veraneio do concelho de Oeiras". A câmara municipal apoiou a publicação do trabalho em 2004: O Palácio Anjos e a arquitectura de veraneio em Algés.
Depois, como quem distribui cartas, um exemplar chegou às mãos de um bisneto de Polycarpo Anjos, que emprestou à autora um diário da sua avó Maria Leonor Anjos, filha do proprietário inicial. O diário, escrito entre 1885 e 1887, quando Leonor tinha entre 13 e 15 anos, escrito em francês, relata "grandes viagens que a família fazia na Primavera, pela Europa, concretamente por França, num ano, e pela Alemanha, no outro, após as quais a família passava o Verão em Algés. Ela fala dos passeios até aos Jerónimos, faz descrições das festas, porque para ali vinham os amigos com os quais a família se relacionava também em Lisboa [habitavam na Avenida da Liberdade, em frente ao palácio Foz], como o Eça de Queirós, por exemplo, que tinha uma quinta na Cruz Quebrada" (imagem do palácio retirada do sítio da câmara municipal; o palácio, em Algés, funciona actualmente como local de exposições, o Centro de Arte Moderna e Contemporânea – Colecção Manuel de Brito).
Após muitas conversas, o bisneto de Polycarpo Anjos emprestou fotografias e mais documentos, o que permitiu a Alexandra Antunes desenvolver um projecto que agora se transforma em livro, editado igualmente pela autarquia, que se estende por cerca de 200 páginas, com 83 fotografias e mapas de Lisboa e da Europa (localizando as viagens da família Anjos). A autora faz o enquadramento na primeira parte do livro e traduz e anota o diário de Maria Leonor Anjos na segunda parte.
O lançamento é no dia 25 deste mês, um domingo, pelas 16:00, no palácio Anjos.
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1 comentário:
superb ,bravo Alexandra Antunes
j aimrai bien trouver votre dernièr livre en france ,sa m'interesse
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