domingo, 3 de fevereiro de 2008

INDÚSTRIAS CRIATIVAS


No caderno P2 do Público de hoje, há destaque à ida de Tom Fleming, consultor inglês para as indústrias criativas, ao Porto - a convite de entidades daquela cidade.

À situação de depressão que se vive no Porto e em parte do norte do país, o consultor está convicto de que a aposta na cultura e na criatividade trará retorno (investimentos, emprego sustentado e alegria). Cidades desorganizadas e "criatividade geradora de projectos inovadores" não se anulam, mas esta pode melhorar o comportamento social e cultural daquelas.


O jornalista (Abel Coentrão) segue a carreira de Tom Fleming: programa político em que participou na formação de uma agência para o desenvolvimento das indústrias culturais na Islândia, depois de um doutoramento em Políticas Culturais e um trabalho em Manchester no final da década passada, quando as indústrias criativas e culturais passaram a constar da agenda política governamental inglesa.

Sheffield pode ser o modelo de comparação para o Porto deprimido. Cidade ligada a indústrias tradicionais, caso da indústria metalúrgica, Sheffield perdera 60 mil postos de trabalho em três anos. Depois, foi o palco de projectos musicais como os Cabaret Voltaire, Human League, ABC ou Def Leppard.

Tom Fleming tem três dias de conhecimento do Porto e passou por Lisboa - isto é, não conhece o país. Apesar da possibilidade de repetir êxitos, será que as realidades são aproximadas? Ou as receitas externas ficam-se pela moldura?


Para conhecer melhor Tom Fleming, ver o seu sítio.

1 comentário:

Fernando Vasconcelos disse...

A resposta a essa pergunta está nos manuais de economia também ... Se fosse possível extraír com essa facilidade toda uma vantagem competitiva para uma região a partir de uma "receita de cozinha" o mercado ele próprio já teria "tratado" de a anular. Logo o processo apenas é repetível se o Porto tiver condições únicas que lhe transmitam essas vantagens face a outras regiões. Cultura ? Não me parece que seja o caso mas lá está. Não conheço suficientemente bem a região para me pronunciar, muito menos o Tom Fleming. Não pretendo com isto minimizar a relevância da conferência. Ao ouvir este sr. muito provavelmente várias pessoas na audiência tiveram acesso a ideias que nunca formulariam de outra forma. Não forçosamente a receita já experimentada mas outras novas. Esperemos que passem à acção ...