Textos de Rogério Santos, com reflexões e atualidade sobre indústrias culturais (imprensa, rádio, televisão, internet, cinema, videojogos, música, livros, centros comerciais) e criativas (museus, exposições, teatro, espetáculos). Na blogosfera desde 2002.
domingo, 24 de fevereiro de 2008
A MINHA RUA É UM MUNDO
Na minha rua, o comércio de bairro está a alterar-se rapidamente. Numa fileira de três ou quatro prédios, várias lojas fecharam, caso das do peixe congelado e da tabacaria, para além da filial de um banco. Fiquei com pena do fecho da loja do peixe, pois a proprietária era simpática e chegámos a comprar lá produtos alimentares por diversas vezes; já o responsável da tabacaria era distante e ignorava os seus clientes quando se cruzava com eles na rua. Uma loja de representações comerciais já está fechada há mais de dez anos. Um restaurante abriu, fechou, voltou a abrir, voltou a fechar, alterou o nome mas continuou fechado (cheguei a comer lá bom peixe). Mantém-se um restaurante afamado, com longas filas à sexta-feira à noite, procurado por freguesia jovem. Mas, por outro lado, abriu uma livraria (já lá comprei o último livro do Pedro Costa sobre actividades culturais em Lisboa, ainda não analisado no blogue) e um supermercado de produtos biológicos e macrobióticos (aprecio muito o pão que vendem às quintas-feiras) - parecem governadas por gente nova e activa. Desejo muito sucesso para as suas actividades.
Depois, há actividades variadas: uma pizzaria, uma igreja evangélica, uma loja para pessoas com problemas de audição, uma típica mercearia de bairro que teima em permanecer, uma loja de moda feminina muito requintada e procurada por gente de notoriedade pública, um pequeno centro comercial que dá para outra avenida, a retrosaria (onde se encontram botões como em nenhuma outra parte da cidade), a farmácia onde se discute de futebol (um dos empregados tem afectos clubísticos diferentes dos nossos), pequenas pastelarias e restaurantes, uma loja de pneus e três lojas de mobílias e decoração (para diversos gostos e poder económico), uma loja chinesa, um talho (a carne é boa), a lavandaria (onde um dos responsáveis está frequentemente a telefonar na rua, não sei se a tratar de negócios), um espaço de divertimento masculino nocturno (que não gostamos muito), uma clínica e um centro de massagens, bem como a florista.
Por outro lado, há renovação de prédios. Há dias, um prédio velho foi demolido e já há obras para nova edificação. A fachada de um outro, com uma imagem histórica em azulejos, está a ser recuperada. Na rua, mora muita gente e, durante a semana, mais pessoas circulam, trabalhando em departamentos do Estado ou em escritórios na rua e nas ruas próximas, o que a torna permanentemente animada.
A minha rua é um mundo. Gosto muito de viver nela.
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3 comentários:
Bravo Rogério Santos! Gostei muito deste seu pequeno texto sobre a rua onde mora.
como amante da cidade, não posso deixar de lhe dar os parabéns.
Encontrando-me a realizar pesquisa sobre a cidade, gostaria de poder falar consigo sobre ela, cidade.
Cómo podemos fazer?
Posso enviar meu contacto
para o seu e-mail pessoal?
Obrigado e continuação de bom trabalho.
Como quiser; o meu email está no topo da página.
Cumprimentos.
é bom fazer de conta que se é menino. E senti-lo consigo.
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