sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

OS MEDIA DOS PRODUTORES AMADORES


Ontem, quando coloquei a mensagem Os media dos produtores, pareceu-me faltar alguma coisa no título.

Hoje, ao ler uma notícia da newsletter
Meios e Publicidade sobre um concurso a promover por um dos operadores de telefones celulares, resolvi o enigma. Produtores sempre houve, tendo-se profissionalizado e dado origem a empresas - nomeadamente de rádio e televisão. Nos primeiros anos da rádio, surgiram muitos amadores, fenómeno repetido nos anos 1980, com as rádios piratas ou livres. Ora, isto não aconteceu com a televisão. A interpretação que faço é que uma empresa de televisão custa muito dinheiro em termos de estrutura técnica e de recursos humanos, valor muito mais baixo na rádio. Possivelmente, com a internet surgirão produtores amadores de imagem.

O concurso que agora se anuncia tem a ver com a realização de curtas metragens feitas através dos celulares e a propósito do Fantasporto. O operador de telefones móveis vai desafiar os seus clientes com mais de 16 anos a realizarem pequenos filmes, até três minutos, dentro do género cinematográfico daquele festival de cinema do Porto. O principal prémio é sedutor: um curso de realização, na New York Film Academy.

Isto já não é um concurso semelhante aos de fotografias, realizados até alguns anos antes. Envolve muito mais criatividade e usando um meio tecnológico ainda em desenvolvimento - a máquina de filmar num telemóvel, aparelho que alargou funções e se tornou multiusos. À maior mobilidade e leveza do equipamento corresponde uma menor qualidade de imagem e de enquadramento. Sem pensar em mais características, o que um esforço teórico permitirá, entendo que a ligação profissional-amador (pro-am) que Chris Anderson descrevia no seu livro A cauda longa está mais perto de concretizar: a informação e a estética servem igualmente o profissional e o amador.


Por isso, o título mais adequado na mensagem de ontem seria: Os media dos produtores amadores.

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