sábado, 1 de março de 2008

JORNALISMO CULTURAL


Aconselho a ler o artigo de Vítor Belanciano no caderno "P2" do Público de hoje sobre Céline Dion e um livro escrito sobre a cantora, de autoria de Carl Wilson.


Lê-se no final do artigo de Belanciano (depois de ler o artigo no jornal em papel, retirei a versão da internet):
  • No limite, o livro serviu para Wilson colocar em causa também a sua actividade. Principalmente num tempo onde a proliferação de formas comunicativas, com destaque para a internet, têm vindo a produzir mudanças profundas numa série de significados sociais. A interpretação da vida social já não é realizada apenas por alguns para uma massa de outros. Essa relação hierárquica tem vindo a desvanecer-se quase por completo. E isso é particularmente visível no jornalismo cultural, de onde Carl Wilson provém. "Cabe hoje ao jornalismo cultural encontrar novos paradigmas, novas formas de actuação, e escapar à ideia clássica de "agenda", cingindo-se ao lançamento de discos, livros ou mostras de artistas consagrados. No fim de contas, foi por isso que escrevi este livro. Falta mais análise e interpretação. Nem sempre é fácil ter uma perspectiva aberta sobre determinada obra, sem a arrumar em modelos redutores, o que implica pensar e reflectir - que é algo complicado, para a maior parte das pessoas. E implica evitar distinções maniqueístas, sejam elas sobre "alta" e "baixa" cultura ou sobre "arte" e "comércio". É preciso arriscar e estabelecer novas relações entre as coisas, porque a realidade está mais complexa. O problema é que ao fazê-lo, podemos pôr-nos em causa, e ninguém gosta de ser posto em causa, não é?"

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