Há várias tradições que estudaram os media no sentido da sua avaliação, de que se destaca a investigação de comunicação de massa, baptizada nos Estados Unidos como mass communication research, derivada principalmente da sociologia.

A orientação mais vasta da comunicação de massa assentou em técnicas quantitativas de análise, com duas trajectórias distintas, em que a primeira, desde os anos de 1930, investigou a audiência através de estatísticas sobre o que as pessoas vêem, lêem ou ouvem (estudos de audiência). Trata-se de uma linha que serve a indústria e de que se destacou a ACNielsen - em Portugal, a Marktest - dando o máximo de informação das audiências a clientes como os canais de televisão e rádio e os agentes publicitários para a colocação estratégica de mensagens. Pesquisa de mercado e sondagens políticas são as indústrias irmãs deste tipo de investigação. A pesquisa da audiência sofisticar-se-ia ao ponto de determinar o perfil demográfico de uma audiência, que se aplica igualmente ao estudo dos novos media como a internet.

O segundo tipo de investigação quantitativa é a análise de conteúdo. Muitos estudos procuram determinar a frequência de palavras e imagens num dado texto. Uma das formas mais comuns de análise de conteúdo é a desencadeada sobre as notícias - qual a frequência de dados temas nas notícias, como é que uma palavra é usada para expressar uma situação e que histórias dominam os noticiários televisivos das 20:00. O objectivo é ver o equilíbrio ou tendências ou enviesamento das notícias, por exemplo, sobre a violência: da sociedade, sobre as mulheres e os velhos, sexual, infantil. Os estudos de George Gerbner, ao longo de três décadas, debruçaram-se sobre a comparação (e diferenciação) da violência na televisão e da violência no mundo real (da cultura americana). A sua teoria da cultivação explica a excessiva representação da violência nos media.
P. David Marshall descreve uma terceira variação, a dos efeitos, derivada mais da psicologia que da sociologia, em que se procura estabelecer uma relação causal entre uso dos media e actos violentos. Nesta linha houve desde sempre apoios financeiros governamentais e de outras instituições para medir essa relação, com as crianças a serem frequentemente o foco desses estudos, ocupados com temas como a publicidade. Medem-se as mudanças emocionais, comportamentais e de atitude numa audiência, as quais se podem relacionar com estímulos mediáticos.
Um autor que imperou na teoria dos efeitos foi Paul Lazarsfeld, dentro da corrente funcionalista, nomeadamente desenvolvendo o modelo dos usos e gratificações, em que se estudou o como as pessoas se articulavam com os media, os seus sentimentos e expectativas e, até, os motivos porque algumas pessoas têm capacidade de influenciar outras pessoas.
O professor Marshall é professor e responsável do departamento de Communication Studies na Northeastern University (Boston, Estados Unidos), e autor de Celebrity and Power: Fame in Contemporary Culture (Minnesota, 1997), co-autor de Fame Games: The Production of Celebrity in Australia (Cambridge, 2000/01) e editor de Celebrity Culture Reader (Routledge, 2006). Foi o fundador do jornal electrónico m/c- a journal of media and culture.
Leitura: P. David Marshall (2004). New media cultures. Arnold: Londres e Nova Iorque, pp. 5-6
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