sábado, 1 de março de 2008

O MEU AMIGO INVISÍVEL


Muitos anos atrás, eu jogava um jogo que se chamava o "amigo invisível". Consistia, dentro de um grupo, em haver alguém que era mais gentil do que outros, mas de modo muito discreto, dando prendas sem se denunciar. No final do jogo, ficávamos a conhecer esse amigo invisível. Claro que se eu tinha um amigo invisível, também eu era o amigo invisível de outra pessoa, numa rede circular que a todos tocava.

Parece que isso está a acontecer no blogue - e é uma boa manifestação num momento em que as audiências do Indústrias baixaram pelo terceiro mês consecutivo relativamente a período homólogo (eu trabalho muito a sério com estes termos; no mês de Fevereiro houve menos quatro mil visitantes), levando-me a hesitar se o blogue não estará a terminar a sua prestação nos próximos meses por carência de leitores.

Nas mensagens que destaco a seguir há ligações entre quase todas elas: referências em língua francesa e uso de reticências.


de nomear o mundo... (19 de Fevereiro)
bom dia, sempre atento, informado e a partilhar, como o JPalma, conjugado no presente: " tudo o que eu vi estou a partilhar contigo"... (20 de Fevereiro)
Parabéns também pelo modo simpatico de agradecer. A naturalidade assusta-nos, mas ainda ha quem ouse pegar-lhe... MC (24 de Fevereiro)
é, ainda ha quem ouse agradecer, assim, carinhoso: " obrigado do coração...", na altura do lançamento. Um estilo de ser.(24 de Fevereiro)
Ha gente informada porque trabalha para isso, gosta de partilhar, gosta...
Eu também gosto desta gente que nao esconde o que sabe. Sabe "Guardar" ( V.Antonio Cicero e C&...) (24 de Fevereiro)
Guardar Guardar uma coisa não é escondê-la ou trancá-la. ... António Cícero é...
"prendre soin..." Bernard Stiegler e outros da mesma familia ... (24 de Fevereiro)
(d)as pernas e (d)os homens - les genoux de claire - Truffaut, Barthes, Rogerio dos Santos... et tout ça ... (24 de Fevereiro)
"Em Barthes (1915-1980), o signo remete para a relação de dois termos ou elementos [relata] que implicam ou não a representação psíquica de um deles, a analogia, a imediatez do estímulo e resposta, a coincidência e a ligação. Trata-se do significante e do significado." e eu, que gosto de o ler, fiquei uma in-significante desanimada com as (suas) notas. Acho que nao entendo mas persisto. (24 de Fevereiro)
é bom fazer de conta que se é menino. E senti-lo consigo. (25 de Fevereiro)
A "musica" hoje ... é o que ha. Aguardemos. (26 de Fevereiro)
é bom bom dia (27 de Fevereiro)
Rogério Santos a ler por todos, que bom e que jeito me da este trabalho. MC (27 de Fevereiro)
" a realidade foi mais pesada..." bem dito. Dizem-nos, longe dai, que a herança chega à terceira geraçao. Exemplos,inconscientes, de peso,abundam na segunda geraçao... " uma apagada(...)tristeza..." (29 de Fevereiro)
Voici la pratique amoureuse du Bien... Eis como se pode praticar... (o) Bem. Sentir-se bem consigo, connosco (1 de Março).

5 comentários:

Anónimo disse...

« O MEU AMIGO INVISÍVEL"

É agradável ler na face clara d’ ”o meu amigo ( in)vísivel » "os sinais" que nos cativaram e depois fidelizaram: a atençao ao outro, a delicadeza, o senhor-menino, o trabalho sério, a clareza.
Tudo o que sobe desce, para voltar a subir a caminho de outro suporte. Não deixe de partilhar o o seu olhar curioso e disponível. Mesmo aqueles que não têm vindo, contam consigo : prenez soin de tous …

DSS disse...

Foi consigo que conheci este mundo. Foi consigo que descobri os encantos do jornalismo e conteúdos culturais. Foi consigo que reconheci o prazer de ter a rotina diária de aceder a um blog (com mais qualidade que muitas publicações impressas). É consigo que aprendo tanto - todos os dias.

Bem-haja.

Dora Santos Silva.

Anónimo disse...

Vous n'avez pas pu vous empêcher d'étaler mes commentaires sincères qui devraient rester de l'autre côté du miroir.
"vanitas" nous perd nous trompe nous fait dire des choses qui finalement ne servent que nos désirs.
Elle fait des inconnus des amis d'une journée. Quelle importance le monde va si vite...
Et moi j'ai cru que le petit ballon bleu était un cadeau de mon ami invisible.

Anónimo disse...

Ça se complique. J'ai toujours dit: les femmes d'un côté, les hommes de l'autre. Moi aussi je veux que les rites dont mon cœur s'éprenne reviennent... («l'ombre " de Rimbaud, pour les cultivés). Les hommes à l'autel, les femmes éloignées au fond de l'église.
Qui les a vues monter?
Moi je ne suis pas comme ça. J'aime "des ombres".

Anónimo disse...

A 'consulta' ao seu blogue é-me indispensável. De cada vez que estudo este lugar virtual, aproveito mais do que em meses de passagem por lugares de papel.
O amigo invisível ou imaginário, é isto mesmo.
Alguém que 'mostra' carácter exemplificando, constantemente, o interesse pelo Mundo.
Da Comunicação e não só.
MJE