Textos de Rogério Santos, com reflexões e atualidade sobre indústrias culturais (imprensa, rádio, televisão, internet, cinema, videojogos, música, livros, centros comerciais) e criativas (museus, exposições, teatro, espetáculos). Na blogosfera desde 2002.
segunda-feira, 10 de março de 2008
SOBRE O KITSCH
O vídeo abaixo reflecte uma leitura que eu fiz do kitsch, a partir de textos de leituras de Clement Greenberg, Philippe Kaenel e Matei Calinescu. Greenberg parte da dupla definição de vanguarda e rectaguarda e de cultura formal e cultura popular, onde o kitsch aparece. O kitsch, ao empregar como matéria de base os simulacros degradados e academistas da cultura genuína, abre porta ao que Greenberg chama de insensibilidade. Já Kaenel parte de territórios como high e low em exposições novaiorquinas, em especial as de Jeff Koons, ao passo que Calinescu olha o kitsch como uma das partes da modernidade, ao lado da vanguarda, da decadência e do pós-modernismo.
Leituras: Clement Greenberg (2006). La pintura moderna y otros ensayos. Madrid: Siruela, pp. 22-44 (original de 1939)
Philippe Kaenel e Gilles Lugrin (dir.) (2007). Bédé, ciné et art. D'un média à l'autre. Lausanne: Infolio, pp. 223-256
Matei Calinescu (1999). As cinco faces da modernidade. Lisboa: Vega, pp. 201-229
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1 comentário:
Parabenizo-o por este folhear de imagens, ideias e apreciações, tão singular na blogosfera.
Fala do Kitsch como uma gama de apogeus da insensibilidade irreverente, que afronta as normas dos apogeus da comoção clássica.
Do Kitsch como Modernidade duplicada, triplicada, dessacralizada, onde a sensibilidade parece abastardada.
Não entendi se o RS e os autores citados vêem no Kitsch algum valor.
Por mim, divido-me entre a legitimidade da preferência pela vulgaridade (genuína) das cópias anedóticas e o culto (padronizado) das marcas e dos designs.
Kitsch - horror estético ou objecto de estudo sociológico e cultural?
MJE
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