domingo, 25 de maio de 2008

LIVROS


A página inteira do Público dedicada à Feira do Livro que abriu em Lisboa, depois das polémicas dos dias mais recentes, dá conta de muita gente visitante no primeiro dia de feira. E a jornalista Isabel Coutinho destaca o merchandising e as promoções, ou "os produtos associados ao livro", a ganhar terreno.

As três páginas do Observer, assinadas por Robert McCrum, assinalam outra realidade. Se o texto do Público é sobre um acontecimento, com informação impressionista sobre a abertura da feira do livro, o trabalho do Observer é sobre uma problemática, a do negócio do livro na última década.

Escreve McCrum que, em dez anos, se deixou de associar livros a cigarros, cafés e bebidas fortes, numa mudança para o "politicamente correcto". O editor literário do jornal inglês fala em dez principais mudanças nesta década no que diz respeito ao livro. Destaco apenas alguns tópicos, por desconhecimento dos outros: o aparecimento de novos escritores (ver o caso de JK Rowling com Harry Potter), os grandes negócios em torno do livro, a internet (a www.amazon.uk.com, entre outras), o leitor electrónico e portátil de livros Kindle, os prémios e os festivais literários [aconselho a leitura de todo o texto de McCrum, a procurar na internet].

Volto ao Público e à página do provedor do leitor. Joaquim Vieira, a partir de uma carta de leitor, analisa um texto publicado no jornal sobre o grupo editorial Leya, onde se falava de "tentáculos de grandes grupos", "sinal de alarme", "vítimas", expressões usadas para salientar a concentração na indústria livreira. Escreveu o leitor: "Parece que a jornalista terá preferência por determinado modelo económico". Na verdade, uma coisa é descrever um facto, outra é olhá-lo com um quadro teórico ou político ou económico. O provedor chama a atenção para o livro de estilo do jornal, onde se distinguem as matérias de facto e de opinião.

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