Textos de Rogério Santos, com reflexões e atualidade sobre indústrias culturais (imprensa, rádio, televisão, internet, cinema, videojogos, música, livros, centros comerciais) e criativas (museus, exposições, teatro, espetáculos). Na blogosfera desde 2002.
sexta-feira, 8 de agosto de 2008
BEIJING
Esperava-se uma abertura dos Jogos Olímpicos de Beijing com um forte recurso tecnológico que marcasse para o mundo a importância da China como grande potência. Se a forma estava prevista, o conteúdo poderia ter variações.
No chão do Estádio Nacional "Ninho de Pássaro", qual palimpsesto audiovisual e adaptável em dimensão e formato, passaram figuras históricas, heróis, trajes regionais, artes marciais, ópera chinesa, cantores e músicos, a navegação que levou os chineses antigos a espalhar a sua cultura e a estabelecer relações comerciais por todo o lado. A tradição não foi esquecida, a que não faltaram as artes antigas, o fogo de artifício e a caligrafia nesse pergaminho moderno.
Modernidade foi um conceito sempre presente na cerimónia: as crianças, os astronautas e a nave espacial, as imagens virtuais intercaladas entre os diversos quadros cenográgicos. Saliento a ideia de organização, de exército, de homens-formiga, quando milhares de bailarinos e figurantes se dispunham e formulavam novas formas, como a pomba branca a esvoaçar. E também a influência da cultura de massa - as indústrias culturais -, como a banda desenhada e os videojogos.
Por vezes, ao ver as mudanças de cor de fundo do cenário e várias zonas do palco iluminadas com cores diferentes, lembrei-me da cultura de videojogos e das tecnologias de informação e de computador.
O "Ninho de Pássaro" funcionou de acordo com essa analogia: uma recolha de imagens, culturas, cores e formas, uma universalidade que é a cultura chinesa. Fiquei impressionado.
[imagens retiradas do Público online e da página de entrada do Google]
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