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Yudhishthir Raj Isar, num texto recente, reflecte sobre indústrias culturais ("Cultural industries and cultural expression: a fraught relationship?", Obs, 2008, 16: 38-43).
Tendo como pano de fundo a agenda de Lisboa, que quis encontrar o lugar ideal da palavra cultura, Isar procura conhecer o peso do discurso de etiquetas como indústrias culturais, indústrias criativas, economia criativa. Para ele, o poder da linguagem económica colonizou o campo da cultura na totalidade. Por um lado, reconhece que muita produção, distribuição e consumo do trabalho artístico contemporâneo é mediado digitalmente. Por outro lado, entende que o crescente número de actividades, instituições e práticas de expressão artística e criativa sofre uma orientação para o mercado e que a economia criativa se tornou uma ideia central no discurso.
A economia criativa emergiu do discurso do governo de Blair no final da década de 1990 sobre as indústrias criativas. E também de Richard Florida, que publicou em 1992 The rise of the creative class. Esta classe criativa engloba várias profissões e actividades (cientistas, engenheiros, arquitectos, educadores, escritores, artistas, animadores). Segundo Isar, a aceitação positiva e proactiva dos argumentos de Florida parece representar uma panaceia para todos os problemas económicos locais.
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