Textos de Rogério Santos, com reflexões e atualidade sobre indústrias culturais (imprensa, rádio, televisão, internet, cinema, videojogos, música, livros, centros comerciais) e criativas (museus, exposições, teatro, espetáculos). Na blogosfera desde 2002.
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
A CURIOSIDADE MATOU O GATO
A. passou a mão por uma área do quadro, uma colagem com veludo. As quatro camadas de verniz tornaram o veludo tão áspero como a lixa.
Ao lado do quadro, havia um boião que, em vez de rebuçados ou chocolates, tinha tiras de papel enrolado. Traria frases ou horóscopos ou desenhos? A. tirou uma e outra e outra tira. Como estavam todas em branco, pegou numa esferográfica, escreveu numa das tiras "A curiosidade matou o gato" e voltou a meter a tira de papel no boião.
A exposição tinha muitos quadros e havia muita gente. Mas distinguiam-se os pintores: roupas de cores vivas, penteados fora do comum, olhar filosófico. A tarde chegava ao fim e o vento frio entrava pela porta, vigiada por um segurança.
A Arte Lisboa, inaugurada na Feira Internacional de Lisboa no dia 19, acaba hoje (história original de A.).
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