Textos de Rogério Santos, com reflexões e atualidade sobre indústrias culturais (imprensa, rádio, televisão, internet, cinema, videojogos, música, livros, centros comerciais) e criativas (museus, exposições, teatro, espetáculos). Na blogosfera desde 2002.
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
A MORTE DE ROGÉRIO DE MOURA
Soube agora da morte aos 83 anos do editor Rogério Mendes de Moura, dos Livros Horizonte.
Recordo as reuniões que ele teve com o CIMJ (Centro de Investigação Media e Jornalismo), pertencia eu então à direcção do centro, para lançamento da colecção com o título exacto de "Media e Jornalismo". A primeira e mais importante dessas reuniões decorreu no amplo escritório que tinha na rua Rodrigues Sampaio, rodeado por muitos livros. Gostei muito do seu empenho; hoje, a colecção é das mais prestigiadas no seu domínio.
Rogério de Moura nasceu em 1925. Em 1953, fundaria a editora Livros Horizonte, começando a ter problemas com a censura, até devido às suas posições políticas que o levaram a entrar no Partido Comunista. Em 1956, é co-fundador da Federação Portuguesa dos Cineclubes e colabora, em 1958, na campanha de Humberto Delgado. Em 1962, funda, com Viriato Camilo, a Editora Prelo, e, em 1964, é eleito para a Direcção do Grémio dos Editores (António Alçada Baptista, Augusto Petrony e Rogério Mendes de Moura). Se, em 1972, é eleito presidente da Direcção do Grémio, em Maio de 1974, é reconduzido, numa altura em que se transforma o grémio em Associação Portuguesa de Editores e Livreiros – APEL. Em 1973, organizava e presidia ao 1.° Encontro Nacional de Editores e Livreiros. Em 1974, seria o editor de Portugal e o Futuro, do general António de Spínola, livro que abalou o regime político de então. Em 1977, aos 52 anos de idade, terminaria a Licenciatura em Filosofia, ano em que co-fundou a Sociedade Portuguesa de Filosofia. Da sua biografia, registam-se outros dois elementos marcantes, um, em 1980, quando abandona o Partido Comunista, outro, em 1998, quando, conjuntamente com o senhor Cardeal Patriarca D. José Policarpo, conduz o processo de reabilitação do Padre José da Felicidade Alves. Em 2006, receberia o prémio "Carreira – Fahrenheit 561", atribuído pela União dos Editores Portugueses.
O seu funeral será amanhã, dia 25 de Novembro, às 15:00, na Basílica da Estrela.
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