quinta-feira, 13 de novembro de 2008

MORTE DA BLOGOSFERA? NÃO CREIO


A minha última mensagem referiu Nicholas Garr, a partir de um texto editado no blogue da enciclopédia Britannica, onde ele escreve sobre a morte da blogosfera. Mas não destaquei toda a importância do texto, pois remete para um artigo que escreveu em 29 de Outubro de 2005, no seu blogue Rough Type.

O ponto de partida deste texto é o fascínio que ele tem acerca da utopia que nasce com cada nova tecnologia. Partilho desse fascínio.

Ora, Carr busca a memória de outra tecnologia - a rádio sem fios, de Marconi. E cita os ensaios editados sob o nome Imagining Tomorrow, publicados em 1986, de que destaca um de Susan J. Douglas, uma das maiores historiadoras da rádio. Escreveu ela que a rádio sem fios tem um lugar especial no imaginário americano porque combinou idealismo e aventura com ciência. Comenta Carr que a rádio sem fios trouxe um movimento popular que democratizou os media. Foi o que aconteceu com a blogosfera, conclui ele. Poucos anos depois, a rádio utópica era ocupada pelas empresas e pelos negócios, desfazendo o ideal inicial. Segundo Carr, à blogosfera está destinado igual futuro.

O texto dele merece ser lido até ao fim. Mas há uma coisa que não posso deixar de dizer, sem me considerar demasiado esperto. O que ele escreveu em 2005 já eu dizia no I Encontro de Blogues em 2003. Não, não sou clarividente, mas percebe-se à distância a comparabilidade. O movimento mais próximo da blogosfera é a rádio dos anos 1920, pela facilidade de construção, pela novidade, pela esperança de alargamento democrático dos media. Da rádio, ficou um meio insubstituível, que persiste até hoje. Da blogosfera, certamente que ficarão sementes fabulosas, juntando texto, imagem e som. Para mim, ainda é cedo para decretar a morte da blogosfera.

1 comentário:

Anónimo disse...

Da blogosfera, certamente que ficarão sementes fabulosas, juntando texto, imagem e som.

assim mesmo
boa noite