Textos de Rogério Santos, com reflexões e atualidade sobre indústrias culturais (imprensa, rádio, televisão, internet, cinema, videojogos, música, livros, centros comerciais) e criativas (museus, exposições, teatro, espetáculos). Na blogosfera desde 2002.
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
CIDADES AO ABANDONO (II)
Fotografia de Carlos Romão, no blogue A Outra Face da Cidade Surpreendente (a quem agradeço a permissão da reprodução). É evidente a denúncia da má conservação dos edifícios, no caso a Travessa da Rua Chã, no Porto.
A cidade, a sul e junto ao rio Douro, perdeu a importância das décadas mais recentes. Primeiro, deixou de ser o centro da cidade. Depois, desapareceram actividades comerciais de nomeada, como o serviço de transitários, pela ampliação do porto de Leixões e pela construção de armazéns de produtos vindos por via marítima e rodoviária na cintura daquele porto e em Freixieiro. A construção urbana é muito antiga, sem as comodidades mais modernas de habitabilidade e de estacionamento de viaturas. Ruas e travessas estreitas e esconsas, onde o sol tem dificuldade em entrar e onde actividades menos lícitas se ampliaram, levaram ao abandono de edifícios de longa história (duzentos anos? trezentos anos?). Imagino que estes edifícios abandonados - ou vividos por gente muito velha - tenham sido habitados por pequenos nobres ou algum clero, ou por comerciantes e lojistas oriundos de fora da cidade, falando um português de sotaque carregado e enrouquecido pela humidade das águas do rio.
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1 comentário:
Rogério: Freixieiro.
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